A Polícia Federal constatou que o pastor Silas Malafaia agiu “de maneira livre e consciente” na coordenação das ações do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para tentar influenciar o Poder Judiciário brasileiro.
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Na semana seguinte à tarifação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pelo Brasil, Malafaia reiterou insistentemente que Bolsonaro havia gravado um vídeo destinado à sua base e ao mandatário norte-americano.
“Quem cala, consente!”, escreveu o pastor ao ex-presidente, adicionando que faria uma versão em inglês da gravação utilizando inteligência artificial. “Seu filho [Eduardo] faz chegar na mão de Trump, tem contato com assessores que fala toda hora com ele. Trump quer ver também uma atitude sua.”
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O deputado licenciado, que se encontra nos EUA buscando articulação, também solicitou o posicionamento do pai, afirmando que a ausência de reconhecimento das ações de Trump não seria bem vista.
Posteriormente, em 15 de julho, Malafaia reiterou a questão do vídeo do ex-presidente, porém com maior ênfase, após declarações de Bolsonaro em que afirmou que o filho “não é tão maduro assim, vamos assim dizer, talhado para a política” e que, por vezes, cometia erros.
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O pastor, em mensagem direcionada a Bolsonaro, afirmou que “amigo é aquele que diz que o outro tem mau hálito”.
Não aceite falar em qualquer veículo. Peço desculpas, mas às quatro e meia da tarde, por causa da má administração, você precisa ser seletivo para isso. […] Agora, presidente, você me desculpe, você podia defender Tarcísio [de Freitas], […] agora queimar seu filho [Eduardo], não, vá me desculpar. E olha que eu bato, eu mando mensagem para Eduardo batendo nele.
O pastor, em outra comunicação da PF, chamou Eduardo de “babaca” a Bolsonaro, e declarou não gravar um vídeo com o parlamentar por consideração ao ex-presidente.
“Isso é um erro estratégico de alto grau, você não tinha que bater no rapaz, olha o trabalho que o cara está fazendo. É um direito seu, eu nem questiono. Você podia até defender o Tarcísio, legal. Agora, você bater no seu filho, que está fazendo um trabalho junto a autoridades, falando com os principais assessores de Donald Trump, conseguindo produzir isso tudo ali que o Trump está fazendo, mas aqui você errou e errou feio”, pontuou Malafaia no áudio.
O líder religioso repete o pedido para Bolsonaro gravar um vídeo para seus seguidores.
“Presidente, por favor, ouça: grave um vídeo. Seu público, a sua base, precisa ter algo para se defender e para te defender”, indicou, pedindo que Bolsonaro associasse o tarifário a uma denúncia de Trump contra as ações do Judiciário brasileiro.
Malafaia instruiu que o ex-presidente mencionasse diretamente o ministro Alexandre de Moraes do STF e que não demonstrasse receio do magistrado.
Está sendo realizado o jogo ali. É necessário mencionar Alexandre de Moraes. Há censuras, centenas de censuras secretas e ilegais em plataformas americanas e ameaça de multas. Deve-se ponderar, acrescentando que Bolsonaro deveria questionar a manutenção da concessão premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
“Desta forma, transformamos isso em uma arma e enviamos para o Donald Trump, para que determine qual é a sua ação, que a sua ação é contra essas ilegalidades no Brasil, que também atingem cidadãos americanos e empresas americanas”, concluiu.
Fonte por: CNN Brasil