Major-General Yifat Tomer-Yerushalmi Detida em Escândalo de Abusos em Prisão Militar Israelense

A major-general Yifat Tomer-Yerushalmi, ex-advogada das Forças Armadas de Israel, é alvo de investigação criminal por vazamento de vídeo de abusos a prisioneiros palestinos

04/11/2025 17:49

4 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Investigação Criminal Envolve Major-General Yifat Tomer-Yerushalmi

Menos de uma semana atrás, a major-general Yifat Tomer-Yerushalmi era a principal advogada das Forças Armadas de Israel, responsável por assegurar o cumprimento da lei nas Forças Armadas. Atualmente, ela se encontra detida em uma investigação criminal relacionada ao vazamento de um vídeo que supostamente revela abusos, incluindo abuso sexual, de prisioneiros palestinos em uma prisão militar israelense.

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A rápida queda de Tomer-Yerushalmi, alvo frequente da direita israelense, gerou um escândalo nacional, ofuscando o conteúdo do vídeo em questão. A investigação teve início em julho de 2024, quando as autoridades das FDI (Forças de Defesa de Israel) começaram a apurar denúncias de soldados que teriam agredido sexualmente um prisioneiro palestino durante a guerra em Gaza, enquanto outros detentos estavam deitados nas proximidades, na prisão de Sde Teiman.

Reações Políticas e Consequências

A investigação e a prisão dos soldados provocaram uma forte reação política, com membros da ala direita da coalizão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu participando de protestos em frente à prisão e ao tribunal militar. O vídeo foi exibido pela primeira vez pelo Canal 12 de Israel em agosto de 2024, mas não foi a primeira vez que preocupações sobre as condições na base foram levantadas.

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Um mês após a exibição do vídeo, Israel anunciou a desativação da instalação, mas isso não diminuiu as críticas direcionadas à advogada das Forças Armadas. Na quarta-feira, Tomer-Yerushalmi foi suspensa de seu cargo, após a procuradora-geral de Israel, Gali Baharav-Miara, iniciar uma investigação criminal sobre o vazamento.

Dois dias depois, ela apresentou sua demissão, assumindo responsabilidade pela divulgação do vídeo.

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Campanha de Incitação e Acusações

Em sua carta de demissão, Tomer-Yerushalmi mencionou uma “campanha de incitação” que se intensificou após a decisão de investigar os soldados. Ela destacou que essa campanha prejudica a imagem das Forças de Defesa de Israel e a moral de seus soldados.

A advogada também denunciou ataques pessoais e ameaças que os oficiais da unidade jurídica enfrentaram.

Para a direita política israelense, a renúncia e a investigação não foram suficientes. O ministro da Defesa, Israel Katz, afirmou que tomaria “todas as sanções necessárias” contra Tomer-Yerushalmi, incluindo a possibilidade de cassação de sua patente.

Ele a acusou de participar de uma “calúnia de sangue” contra os soldados, mesmo com a veracidade do vídeo não sendo contestada.

Desaparecimento e Prisão de Tomer-Yerushalmi

Após sua renúncia, Tomer-Yerushalmi desapareceu por várias horas, levando o Exército e a polícia a mobilizarem esforços para encontrá-la. Ela foi localizada em uma praia ao norte de Tel Aviv e presa sob suspeita de vários crimes, incluindo fraude e obstrução da justiça.

Sua próxima audiência está agendada para quarta-feira.

Além disso, Tomer-Yerushalmi é suspeita de ter enganado o Supremo Tribunal de Justiça e altos funcionários sobre o vazamento das imagens. Outros altos funcionários do Ministério Público Militar também estão envolvidos na investigação, que conta com cinco suspeitos.

Implicações do Caso e Reações do Governo

O prisioneiro palestino no centro das alegações foi devolvido a Gaza como parte de um acordo de cessar-fogo, o que levanta dúvidas sobre a possibilidade de um julgamento eficaz. O caso se insere em um contexto mais amplo de críticas ao Judiciário israelense por parte da coalizão de Netanyahu, com o ministro da Justiça, Yariv Levin, tentando impedir a investigação do vazamento.

Levin afirmou que qualquer pessoa com conflitos de interesse não deveria participar da investigação. Em resposta, o gabinete de Baharav-Miara acusou Levin de tentar interferir ilegalmente no processo investigativo, o que poderia comprometer seu andamento.

Autor(a):

Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.