Mais de 400 protestos contra medidas de austeridade unem franceses em um dia de greve nacional
Sindicatos centrais organizam grandes manifestações com estudantes e trabalhadores de diversas áreas.
Os sindicatos franceses convocaram para quinta-feira (18) uma série de protestos em todo o território nacional em oposição às políticas orçamentárias do governo Macron. Considerada um confronto entre o novo ministro do Trabalho, Sébastien Lecornu, e os trabalhadores, a mobilização foi organizada por oito centrais sindicais: CFDT, CGT, FO, CFE-CGC, CFTC, Unsa, FSU e Solidaires.
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Os trabalhadores franceses exigem maiores investimentos em serviços públicos, justiça fiscal, o fim da idade mínima de aposentadoria em 64 anos e o reforço das regras do seguro-desemprego. O pacote de austeridade, denominado “museu de horrores” pelos sindicatos, proposto em julho pelo então primeiro-ministro François Bayroux, contemplava cortes de até 44 bilhões de euros e incluía uma sugestão de extinção de dois feriados, que foi posteriormente cancelada pelo novo ministro.
As autoridades planejam realizar atos em diversas regiões do país. A previsão é que a mobilização alcance a intensidade da paralisação do movimento “Bloqueie Tudo”, que ocorreu em 10 de setembro. De acordo com o Ministério do Interior, a adesão dos franceses pode variar entre 600 mil e 900 mil pessoas. Mais de 80 mil policiais estão a patrulhar as ruas.
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Os primeiros atos aconteceram pela manhã em Marselha, Valenciennes, Nantes, Lyon, Lille, Belfort e na capital parisiense. Em Marselha, 120 mil pessoas participaram das manifestações. Em Belfort, foram organizados piquetes pelos trabalhadores da Alstom, General Electric e Arabelle Solutions. Em Paris, uma marcha foi conduzida por líderes sindicais e dirigentes de esquerda, partindo da Praça da Bastilha em direção à Praça da Nação.
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A greve coordenada pelas oito sindicatórias mobiliza trabalhadores de diferentes setores. “Solicitamos que o Sr. Lecornu reconheça nossa força de expressão”, declarou a presidente da CGT, Sophie Binet, em entrevista à BFMTV nesta manhã. Ela avaliou que o dia foi “bem-sucedido” com “mais de 400 mil” participantes.
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De acordo com o Ministério da Educação, 17,06% dos professores participaram da greve, com índices que atingiram 17,48% no ensino primário e 16,78% no secundário. O jornal Libération apresenta os dados do SNES-FSU, principal sindicato das escolas de ensino fundamental e média, que indicam adesão de 45% dos grevistas.
O sindicato manifesta forte repúdio às condições no início do ano letivo, à diminuição dos salários e ao declínio da educação pública.
A secretária-geral da CFDT, Marylise Léon, reiterou que a mobilização visa “manter a voz na preparação das leis de finanças de 2026, para o Estado e a Seguridade Social”.
A CFT-Cultura (Confederação Francesa da Cultura) também declarou ao veículo francês que o setor está intensamente mobilizado, incluindo o encerramento de Arquivos Nacionais, Panteão, o Arco do Triunfo e o Domaine de Saint-Cloud. A interrupção também abrange o Louvre, o Museu de Orsay e o Palácio de Versalhes.
Em Marselha, o líder da França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, juntou-se às críticas ao governo: “a marcha de hoje se apresenta como um evento enorme… Um evento sindical, mas também com impacto político profundo para que ninguém possa ignorá-lo”.
Fonte por: Brasil de Fato
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.












