Visita de Lula à França

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitará a França a partir da quinta-feira (5), por convite do presidente francês, Emmanuel Macron, com a COP30 e os conflitos na Ucrânia e em Gaza na agenda de discussões. A primeira visita de Estado de um presidente brasileiro desde 2012 se dá dias antes do início da Cúpula dos Oceanos da ONU em Nice, enquanto a oposição ao acordo comercial UE-Mercosul permanece presente na França.

“No contexto atual das tarifas de Donald Trump e da guerra que a Rússia enfrenta contra a Ucrânia, é muito importante conseguir encontrar convergências com o Brasil, um grande Estado emergente”, declarou a Presidência francesa nesta terça-feira (3).

O Brasil exerce, temporariamente, a presidência do grupo Brics, e a França espera que o país utilize sua força diplomática nos casos da Ucrânia e de Gaza. “Um país como o Brasil, e especialmente um líder como Lula, possui uma voz poderosa na América Latina e no mundo”, declarou um assessor da Presidência francesa aos repórteres, sob o pedido de anonimato.

A França almeja a mobilização do Brasil para influenciar o resultado da conferência que organiza com a Arábia Saudita na ONU, em meados de junho, que visa promover uma solução política para o conflito israelense-palestino.

A chegada de Lula iniciará na quinta-feira com uma cerimônia de boas-vindas militar no Palácio dos Inválidos, em Paris, seguida de um almoço de trabalho no Palácio do Eliseu, sede da presidência, e um jantar de Estado no mesmo local. Na sexta-feira, os dois líderes visitarão a exposição do artista brasileiro Ernesto Neto, que será inaugurada no mesmo dia no Grand Palais, em Paris, como parte do Ano Cultural França-Brasil. Lula então viajará para Mônaco e Nice, no sudeste da França, onde a comunidade internacional discutirá o futuro dos oceanos a partir de segunda-feira, conforme informado pelo Itamaraty, antecipando a próxima cúpula do clima da ONU (COP30) prevista no Brasil.

A França manifestou que Macron “está especialmente comprometido” em assegurar que a COP30 seja um “sucesso” e que cada Estado cumpra seus compromissos de redução de emissões de gases de efeito estufa. O diretor do Departamento Europa do Itamaraty, Flávio Célio Goldman, afirmou que o tema estará em pauta e que o novo contexto de “guerra comercial” com as tarifas de Trump “favorece o apoio” da UE ao acordo.

Com informações da AFP.

Fonte por: Jovem Pan