A reunião ocorre no período em que o Brasil enfrenta um confronto direto com os Estados Unidos, consideradas por governos decisões que representam sançã…
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca para o Chile para um encontro de líderes de esquerda da América Ibérica, que criticam o avanço do “extremismo”, principalmente no ambiente digital, mas que agora ocorre com o contexto da ofensiva de Donald Trump. A viagem se alinha ao momento em que o Brasil enfrenta um confronto direto com os EUA, decisões consideradas por Lula como punição e ingerência na soberania nacional, temas a serem debatidos na reunião de Santiago.
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Lula deve abordar no Chile o “uso de tarifas como arma” com fins político-eleitorais no País, o papel de governantes de direita radical na região e propostas de taxação de grandes empresas de tecnologia, governança digital compartilhada e da inteligência artificial.
O governo brasileiro tem debatido a taxação de grandes empresas de tecnologia desde 2023, como medida regulatória, mas a questão ganhou novo impulso devido ao confronto com Trump e das ameaças de retaliação. Um membro do governo, ciente dos preparativos, afirmou que Lula pretende responder à carta de Trump com tarifas de 50% para interromper as ações judiciais no Brasil, em benefício do aliado Jair Bolsonaro e de empresas americanas. A ameaça é considerada no Palácio do Planalto como “um dos ataques mais explícitos à democracia brasileira”.
Além de Lula e do anfitrião chileno, Gabriel Boric, o encontro contará com a participação dos presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, do Uruguai, Yamandú Orsi, e do primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez.
Boric também telefonou para convidar a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, também afetada por Trump, mas ela não consta na lista de confirmados. Planejada desde o ano passado, a nova reunião dos presidentes progressistas enfrentou dificuldades de agenda entre eles. Os cinco haviam acertado o encontro durante videoconferência realizada no final de fevereiro, no contexto de crescente fragmentação e polarização política, a partir das decisões de Trump que tomou posse em janeiro, como as deportações em massa e a proliferação da desinformação. Na ocasião, eles se comprometeram em discutir ações contra a “utilização maliciosa das redes sociais e de outras tecnologias digitais que alimentam o extremismo e a polarização.
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Sánchez destacou o risco de campanhas de interferência estrangeira e propôs três medidas: o estabelecimento de um sistema de pseudônimos, para que o anonimato não seja instrumento de impunidade, mas se preserve a privacidade e eliminem perfis falsos; transparência nos algoritmos, de modo que autoridades públicas possam examinar o funcionamento das plataformas sem limitações, com fins de moderação de conteúdo; e responsabilização pessoal dos donos e executivos das redes por violações legais que ocorram em suas plataformas. Segundo a presidência do Chile, os cinco chefes de Estado e de governo discutiram uma agenda compartilhada em defesa do “multilateralismo, da democracia e da cooperação global baseada na justiça social”. Os três eixos de debates serão: fortalecimento da democracia e do multilateralismo; redução das desigualdades; e luta contra desinformação e regulação de tecnologias emergentes.
Publicado por Luisa Cardoso com informações do Estadão Conteúdo.
Fonte por: Jovem Pan
Autor(a):
Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.