Lula manifesta constrangimento em relação à viagem de Eduardo Bolsonaro aos EUA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) instruiu o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) a se deslocar para os Estados Unidos com o objetivo de solicitar a intervenção do presidente Donald Trump (republicano) no Poder Judiciário brasileiro. O petista considerou a conduta como “vergonhosa”, “falta de caráter” e “sem coragem”.

Diferentemente do nosso opositor, aquele que tentou impedir que eu assumisse o poder, não teve coragem de me encontrar, cometeu os erros que cometeu e agora enviou o filho dele para Washington pedir para o presidente Trump intervir no Brasil. É uma vergonha. É uma falta de caráter, de coragem. Fez as coisas erradas, então, deve pagar por isso e respeitar o povo brasileiro. Aqui tem Justiça, disse.

A declaração foi feita durante a cerimônia de entrega de recursos do governo federal ao Vale do Jequitinhonha, em Minas Novas (MG).

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O governador voltou a criticar o filho de Bolsonaro, “Solta meu pai, ajuda meu pai”, coisa de moleque irresponsável, porque, na hora de falar merda na internet, ele não tem responsabilidade, então, ele foi lá.

Em 26 de maio, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes instaurou um inquérito contra Eduardo a pedido da PGR (Procuradoria Geral da República), que solicitou investigação sobre sua atuação nos EUA contra autoridades brasileiras. Em 8 de julho, Moraes prorrogou o inquérito por mais 60 dias, atendendo a pedido da PF (Polícia Federal).

Eduardo encontra-se nos Estados Unidos a partir de 27 de fevereiro. Solicitou licença de quatro meses do mandato de deputado federal em 18 de março. A referida solicitação, contudo, expirou em 20 de julho. A partir desse dia, as ausências justificadas na Câmara serão contabilizadas.

A licença do deputado se tornou notória após Trump anunciar a imposição de tarifas de 50% sobre as importações brasileiras. Em carta a Lula, o republicano justificou a medida, citando as ações do governo brasileiro contra Jair Bolsonaro. O ex-presidente é réu no STF em ação penal, acusado de tentativa de golpe de Estado em 2022.

Com a definição de tarifas, juntou-se a decisão do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, de revogar o visto de Alexandre de Moraes e de “seus aliados” na Suprema Corte. Eduardo havia declarado em maio que só retornaria ao Brasil quando Moraes fosse sancionado.

Entrega no Vale do Jequitinhonha.

O governo federal anunciou um investimento em áreas de educação, direitos humanos, igualdade racial e desenvolvimento regional. O valor principal será de R$ 1,17 bilhão, destinado à construção de 249 escolas direcionadas a comunidades indígenas e quilombolas. O projeto integra o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Além disso, estão previstas 22 obras emergenciais nos territórios Yanomami e Ye’ânawa.

Foram assinadas portarias que estabelecem a Política Nacional de Educação Escolar Indígena e a Política Nacional de Educação do Campo, Águas e Florestas, além do lançamento de ações para a valorização dos saberes tradicionais, com destaque para o Programa Escola Nacional Nego Bispo e a criação da moradia estudantil do Campus Quilombo Minas Novas, do IFNMG (Instituto Federal do Norte de Minas Gerais).

Fonte por: Poder 360