O petista, ao lado do presidente do país asiático, manifestou críticas a medidas que “aumentam a desigualdade entre nações”.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, na quarta-feira (9.jul.2025), que o Brasil e a Indonésia se opõem a classificações arbitrárias que “desequilibram o comércio e aprofundam a assimetria entre nações desenvolvidas e em desenvolvimento”.
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A Ásia, sob o governo de Prabowo Subianto, passou a figurar entre os locais que receberão elevadas tarifas dos Estados Unidos. A partir de 1º de agosto, haverá cobrança de alíquotas de 32% sobre as importações originárias dos EUA.
Lula não mencionou diretamente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Republicano). Na terça-feira (9 de jul.), o norte-americano afirmou que os países associados ao BRICS receberão a taxa “em breve”. Ele alega que o bloco busca “destruir o dólar para que outro país assuma a posição e torne sua moeda o novo padrão”.
O presidente do Brasil defendeu a inclusão da Indonésia no NBD (Novo Banco de Desenvolvimento). “O Brasil apoia a entrada da Indonésia no Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS, que tem atendido a importantes necessidades de financiamento no Sul Global”, declarou.
O encontro com o presidente da Indonésia representa a 19ª reunião bilateral de Lula em 2025. Também é a 10ª vez que o petista se encontra com o líder de um país que não possui uma democracia plena.
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Lula deu prioridade a negociações com países do Brics, bloco no qual somente Brasil e África do Sul são países com democracias plenamente estabelecidas. Indonésia e Índia possuem um histórico de perseguição a jornalistas e à oposição, enquanto China, Rússia e demais países do grupo não permitem a liberdade da imprensa e restringem a atuação da oposição.
O indonésio Prabowo Subianto é um ex-militar que liderou operações no Timor-Leste – parte do território indonésio até 1999 – na década de 1980.
Subianto ascendeu rapidamente na hierarquia militar devido à sua relação com Hadji Suharto, ex-presidente que governou o país de maneira autocrática por 31 anos.
O presidente vigente é acusado de envolvimento no assassinato de líderes separatistas da região e de cometer massacres de civis no Timor-Leste, buscando evitar a independência da região da Indonésia. Ele chegou a ser proibido de entrar nos Estados Unidos entre 1998 e 2020, devido a acusações de violação de direitos humanos.
Após um passado problemático, Subianto recuperou sua reputação a partir de 2019, quando foi indicado como ministro da Defesa pelo então presidente Joko Widodo, que atualmente ocupa o cargo executivo após sua eleição em 2024.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.