Lula e Trump intensificam a tensão, ao mesmo tempo em que o Brasil não registra avanços em relação às tarifas

A escalada de tensões preocupa o setor privado brasileiro, que teme que o conflito entre os líderes torne inviável a negociação de um acordo sobre o imp…

18/07/2025 4:14

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Lula e Trump intensificam a tensão, ao mesmo tempo em que o Brasil não registra avanços em relação às tarifas
(Imagem de reprodução da internet).

As declarações do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na quinta-feira (17), intensificaram a tensão em relação à imposição do tarifário americano de 50% aos produtos brasileiros.

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O Brasil continua sem avanços para uma solução concreta para o problema. A tarifa única entrará em vigor em 1º de agosto.

Em entrevista à CNN, Lula criticou o anúncio surpresa do aumento de tarifas e a maneira como o governo americano comunicou a decisão – por meio de carta nas redes sociais.

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Não se pode permitir que o presidente Trump esqueça que foi eleito para governar os Estados Unidos. Ele não foi eleito para ser o imperador do mundo”, declarou o presidente brasileiro.

A reação da Casa Branca foi imediata.

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A porta-voz do governo Trump, Karoline Leavitt, afirmou que “o presidente certamente não está tentando ser o imperador do mundo. Ele é um presidente forte dos Estados Unidos da América e também o líder do mundo livre. E vimos uma grande mudança em todo o mundo devido à forte liderança deste presidente”.

Além de atacar diretamente Trump, Lula voltou a ameaçar as grandes empresas de tecnologia americanas com a possibilidade de novos impostos — uma medida que contrasta com o histórico de defesa do ex-presidente àquelas gigantes da Vale do Silício.

“Este país é soberano porque o povo brasileiro tem orgulho desse país”, afirmou Lula, em evento em Goiânia. Ele não detalhou quais companhias seriam afetadas nem como essa taxação ocorreria.

O governo no Congresso não soube explicar o processo de cobrança, nem tem previsão para uma eventual implementação. O discurso de Lula reativou críticas dos Estados Unidos, que acusam o Brasil de manter regras que prejudicam empresas americanas.

Sabemos há anos que as regulamentações digitais do Brasil e a frágil proteção da propriedade intelectual prejudicam as empresas de tecnologia e a inovação dos Estados Unidos. Sua tolerância ao desmatamento ilegal e outras práticas ambientais coloca os produtores, fabricantes e pecuaristas americanos em desvantagem competitiva, afirmou Karoline Leavitt.

O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin (PSB), já declarou que reverter a tarifação é mais urgente do que a investigação dos EUA contra o Brasil sobre essas supostas práticas. Ele continua nesta sexta-feira (18) com reuniões com empresários de setores que serão impactados pelas tarifas. No entanto, a percepção entre governistas e opositores é de que o governo federal ainda não conseguiu consolidar um canal efetivo de negociações com autoridades americanas.

A crescente tensão gera apreensão no setor privado brasileiro, sobretudo entre os líderes da indústria e do agronegócio, que temem que o desentendimento político entre os protagonistas torne inviável a negociação de um acordo sobre a tarifação. Empresários participando das discussões com o governo brasileiro manifestam incerteza em relação ao andamento do processo.

Em meio às dificuldades do governo brasileiro em obter uma sinalização positiva dos Estados Unidos, Jair Bolsonaro se apresentou para tentar negociar com Trump. “Se o Lula sinalizar para mim, eu sei que não é ele que vai dar o passaporte, eu nego cio com o Trump.”

Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal licenciado e filho do ex-presidente, foi mencionado em reportagem do Washington Post em relação a sua tentativa de persuadir o governo americano a aplicar sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

O líder Bolsonaro também investe em uma possível demonstração de apoio de Trump para acelerar o projeto de anistia em discussão no Congresso — proposta que favoreceria o ex-presidente brasileiro. Contudo, o Congresso entrou em recessão sem tratar o assunto.

Donald Trump reiterou seu apoio em nova carta publicada nesta quinta-feira, solicitando a suspensão imediata do processo judicial envolvendo Bolsonaro.

Ele também criticou o governo Lula, expressando a expectativa de que o Palácio do Planalto “mude de rumo”, em referência ao que considerou “ataques a opositores” e “regime ridículo de censura”.

Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Lucas Almeida é o alívio cômico do jornal, transformando o cotidiano em crônicas hilárias e cheias de ironia. Com uma vasta experiência em stand-up comedy e redação humorística, ele garante boas risadas em meio às notícias.