Lula e Congresso mantêm posição firme sobre o Imposto sobre Operações Financeiras, em momento crítico a uma semana da reunião no Supremo Tribunal Federal
O chefe do Executivo declarou “não integrar nenhuma comissão de mediação”, ao mesmo tempo em que uma fração dos parlamentares considera a primeira decis…

Com uma semana da audiência de tentativa de conciliação no STF, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e membros do Congresso Nacional demonstraram pouca margem de recuo na crise do IOF, constatou a CNN.
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A audiência de conciliação está agendada para a terça-feira seguinte, dia 15. Não se espera que o conflito seja totalmente solucionado nessa primeira reunião, mas que uma saída seja discutida com o tempo, até que se compreenda o quanto cada um está disposto a ceder.
Lula afirmou que se reunirá com o procurador-geral da União, Jorge Messias. Até quarta-feira (9), ele indicou prioridade em receber os chefes de governo do Brasil e da Indonésia, em Brasília.
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Espera-se que Lula também se reúna com a cúpula do Congresso ao lado dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Contudo, em declarações a jornalistas, em público, Lula não se pronunciou.
Não estou envolvido em nenhuma mediação. Nesse sentido, enviamos uma proposta ao Congresso, que então decidiu realizar algo, na minha avaliação, totalmente inconstitucional, porque decreto é uma prerrogativa do governo, do Executivo.
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Formalmente, a AGU (Advocacia-Geral da União) que representa o governo na busca por mediação.
Enquanto isso, integrantes do governo e seus apoiadores têm intensificado a estratégia de comunicação com foco em “nós contra eles” e na questão da taxa BBB – bilionários, apostas e bancos.
A avaliação da Quaest aponta que, nas redes sociais, o governo obtém melhores resultados. A pesquisa indica que, em aproximadamente 44 milhões de menções ao IOF, 61% foram críticas ao Congresso, 28% tiveram tom neutro e 11% desaprovaram a postura do governo. O estudo monitorou publicações sobre o tema entre 24 de junho e 4 de julho, período em que Executivo e Legislativo entraram em conflito em relação ao imposto.
Oposição e Centrão manifestaram preocupação em relação ao Planalto, devido ao discurso de ódio de classe e à campanha digital com conotação partidária, considerando o cenário eleitoral de 2026.
A liderança da oposição na Câmara deseja convocar o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Sidônio Palmeira, para prestar esclarecimentos.
Hugo Motta não revela inclinação para alterar sua posição. Ele manterá uma posição crítica em relação ao Planalto no IOF, sem descartar a possibilidade de diálogo.
Ainda porque considera que a polarização entre o lulismo e o bolsonarismo não influencia sua situação eleitoral na Paraíba.
Em particular, ele desmente a existência de uma programação anti-governo em discussão, mas enfatiza que tentar aprovar no Congresso a defesa dos mais ricos em detrimento dos mais pobres agrava a postura dos parlamentares.
Executivo e Congresso possuem até sexta-feira (11) para submeter ao Supremo Tribunal Federal suas alegações jurídicas relativas ao IOF. A intenção é fornecer informações ao relator, ministro Alexandre de Moraes, com argumentos de ambos os lados. Há acusações e dúvidas a serem examinadas. Por exemplo, se o governo elevou as alíquotas do imposto unicamente para aumentar a arrecadação e se o Congresso vetou um decreto que não podia ser aprovado.
Oposição também acompanha de perto para impedir que a crise do IOF cause impactos em outras pautas legislativas, como a isenção do imposto de renda para quem recebe até R$ 5 mil por mês e o encerramento da escala de trabalho 6×1.
A equipe de Lula deseja um ritmo mais acelerado, porém há incertezas sobre se haverá margem para progressos antes da recessão, que ocorrerá em aproximadamente 10 dias.
Uma fração do Congresso se sente fortalecida por ter vencido a primeira disputa, embora tal resultado possa ser passageiro. Desta forma, o IOF continua operando sem incrementos devido à decisão de Moraes de suspender todos os decretos relacionados ao tema.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Bianca Lemos
Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.