O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende telefonar a Donald Trump para convidá-lo à COP30 em Belém, mas não para discutir as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos ao Brasil, uma vez que, segundo ele, Trump não deseja abordar o tema.
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O anúncio do convite à maior cúpula sobre o clima da ONU acontece em meio a uma crise diplomática e comercial entre os dois países, causada pelas sobretaxas de Trump e ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado do republicano.
“Vou telefonar ao Trump para convidá-lo à COP, pois desejo saber sua opinião sobre a questão climática”, declarou Lula, em vésperas da implementação das novas tarifas de importação.
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Ao assumir o cargo, Trump anunciou a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris de 2015, ameaçando os esforços internacionais contra o aquecimento global. Posteriormente, persistiu em uma postura cética em relação a este fenômeno.
A COP30 acontecerá em novembro em Belém, capital do Pará.
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Lula afirmou nesta terça-feira que não pretende dialogar com o presidente americano sobre o delicado assunto das tarifas: “Não vou contatar o Trump para negociar porque ele não quer falar”, declarou durante uma cerimônia oficial em Brasília.
Em 30 de julho, Washington implementou uma sobretaxa de 40% sobre uma parcela dos produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, que se adiciona aos 10% já anunciados em abril.
Trump justificou a ação com argumentos políticos, ao acusar uma suposta “caça às bruxas” contra Bolsonaro, que se encontra em prisão domiciliar desde segunda-feira devido a uma suposta tentativa de obstrução ao julgamento em que enfrenta acusações de tentativa de golpe de Estado.
Lula classificou o “marco lamentável” que essas tarifas representam na relação bilateral. Enfatizou que “o presidente americano não tinha o direito de anunciar taxas como anunciou ao Brasil”.
O presidente não comentou o processo judicial envolvendo Bolsonaro, que enfrenta acusações de liderar uma conspiração para macular o resultado das eleições de 2022, após sua derrota para Lula.
O ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro na segunda-feira, em razão do descumprimento das medidas estabelecidas em meados de julho, que o proibiram de se manifestar nas redes sociais.
Deputados ligados ao ex-presidente realizaram na Câmara dos Deputados uma denúncia de “censura”, utilizando fita adesiva sobre a boca. Preveram uma “obstrução” aos processos legislativos como manifestação e afirmam que impedirão fisicamente a condução dos debates.
Fonte por: Carta Capital