Lula descarta “humilhação” ao ter que contatar Trump diante da alta tarifa
O petista, em entrevista à Reuters, criticou a interferência dos Estados Unidos no processo judicial envolvendo Bolsonaro, rejeitou a ideia de retaliaçã…
Com o início da vigência da tarifação contra o Brasil, nesta quarta-feira 6, o presidente Lula (PT) afirmou não ver espaço para um diálogo direto com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em entrevista à agência Reuters, Lula disse que não irá se “humilhar” ligando para o republicano em busca de um acordo, já que sua “intuição” é de que ele não estaria disposto a uma conversa respeitosa.
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“Quando minha intuição me indicar que o Trump está pronto para conversar, eu atendo. Mas hoje minha intuição diz que ele não quer conversar e eu não me humilharia”, declarou Lula.
Apesar da séria situação da crise tarifária, o petista recusou medidas de retaliação imediatas por parte do Brasil. Ele assegurou que o País não abrirá mão do diálogo, embora reconheça que seus ministros enfrentam obstáculos para estabelecer conversas com seus pares norte-americanos.
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Lula considerou o cenário atual do relacionamento entre Brasil e Estados Unidos o mais crítico nos últimos dois séculos, criticando a postura de Trump, que vinculou a revogação das tarifas ao encerramento do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal. Para o petista, tal exigência representa uma tentativa inaceitável de interferência na soberania brasileira.
O Supremo Tribunal Federal não está para o que Trump diz, e não deve estar, afirmou. Ele ainda defendeu que Bolsonaro deveria enfrentar outro julgamento por provocar essa intervenção estrangeira, chamando-o de “traidor da pátria”.
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Lula recordou o papel dos norte-americanos no golpe de 1964: “Já tínhamos perdoado a intervenção americana no golpe de 64. Mas agora é diferente. É o presidente dos Estados Unidos acreditando que pode impor regras a um país soberano como o Brasil. É inaceitável.”
Lula propôs, como via diplomática, iniciar diálogos com os chefes de estado dos países do BRICS, começando por China e Índia, visando construir uma reação unificada às tarifas implementadas por Washington. A medida indica um novo alinhamento estratégico em direção a uma cooperação mais robusta entre economias emergentes.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Sofia Martins
Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.












