Lula defende o retorno do papel de destaque da ONU na Cúpula do G7
A ausência de um presidente brasileiro intensifica o cenário de conflitos internacionais entre nações.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta terça-feira (17), durante intervenção na Sessão Ampliada da Cúpula do G7, o retorno do protagonismo da Organização das Nações Unidas (ONU) na resolução de conflitos mundiais. Segundo ele, o vácuo de liderança agrava o quadro atual de guerras entre os países. “Estão sentados em torno desta mesa três membros permanentes do Conselho de Segurança e outras nações com tradição na defesa da paz. É o momento de devolver o protagonismo à ONU. É preciso que o Secretário-Geral lidere um grupo representativo de países comprometidos com a paz na tarefa de restituir à organização a prerrogativa de ser a casa do entendimento e do diá”, disse o presidente brasileiro em Kananaskis, no Canadá.
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O G7 é formado por sete das maiores economias industrializadas do mundo: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. Deste grupo, Estados Unidos, Reino Unido e França integram o Conselho de Segurança da ONU.
Lula mencionou os recentes ataques de Israel ao Irã, que, na sua visão, “representam uma ameaça em transformar o Oriente Médio em um único campo de batalha, com consequências globais inestimáveis”. Em relação ao conflito entre Ucrânia e Rússia, afirmou que nenhum dos lados alcançará seus objetivos por meio da força militar. “Somente o diáentre as partes pode levar a um cessar-fogo e abrir caminho para uma paz duradoura”, ressaltou.
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O presidente brasileiro também comentou o conflito na Faixa de Gaza, declarando que nada justifica o “assassinato indiscriminado de milhares de mulheres e crianças e o uso da fome como arma de guerra”.
Segurança energética
Lula, em seu pronunciamento na Reunião Ampliada do G7, enfatizou a relevância do Brasil para a segurança energética global, mas afirmou que o país não se transformará em cenário de disputas predatórias e práticas restritivas. “Os países em desenvolvimento necessitam estar envolvidos em todas as fases das cadeias globais de minerais estratégicos, incluindo seu processamento”, declarou.
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Ele afirmou que a expansão de áreas protegidas e de energia solar e a descarbonização dos setores de transportes e agricultura dependem de minerais estratégicos, lembrando que o Brasil possui a maior reserva mundial de nióbio, a segunda de níquel, grafite e terras raras, e a terceira de manganês e bauxita. “Mas não repetiremos os erros do passado. Durante séculos, a exploração mineral gerou riqueza para poucos e deixou rastros de destruição e miséria para muitos. Ela não deve ameaçar biomas como a Amazônia e os fundos marinhos”, alertou o presidente.
Ele destacou a contribuição do Brasil na produção de biocombustíveis, a utilização de fontes de energia limpas, a fabricação de hidrogênio verde e do combustível sustentável para aviação.
Relações com Canadá
Em contato com o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, divulgado nas redes sociais, Lula o elogiou pela firme postura em relação à soberania do país e manifestou o desejo de ampliar as relações bilaterais.
Desejo fortalecer o relacionamento entre o Brasil e o Canadá. É um país muito importante, com diversas empresas canadenses atuando no Brasil. Almejo que tenhamos uma relação política, cultural e comercial, bem como na questão do clima, significativamente mais robusta. Essa é a minha intenção.
O primeiro-ministro afirmou que a COP 30, que ocorrerá em Belém (PA), será a reunião mais importante do ano em nível mundial e se colocou à disposição para auxiliar no que for necessário. “Ninguém melhor para liderar esse esforço que você”, declarou.
Com informações da Agência Brasil
Publicado por Nótaly Tenório
Fonte por: Jovem Pan
Autor(a):
Júlia Mendes
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.