Lula defende o retorno do papel de destaque da ONU na Cúpula do G7

A ausência de um presidente brasileiro intensifica o cenário de conflitos internacionais entre nações.

17/06/2025 20:33

3 min de leitura

DF - BRASÍLIA, CERIMÔNIA PELO DIA DO MEIO AMBIENTE - POLÍTICA - DF - BRASÍLIA - 03/06/2025 - BRASÍLIA, CERIMÔNIA PELO DIA DO MEIO AMBIENTE -  O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, participa de uma cerimônia de assinatura de decretos por ocasião do Dia do Meio Ambiente no Palácio do Planalto, em Brasília, Brasil, em 3 de junho de 2025. 03/06/2025 - Foto: MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta terça-feira (17), durante intervenção na Sessão Ampliada da Cúpula do G7, o retorno do protagonismo da Organização das Nações Unidas (ONU) na resolução de conflitos mundiais. Segundo ele, o vácuo de liderança agrava o quadro atual de guerras entre os países. “Estão sentados em torno desta mesa três membros permanentes do Conselho de Segurança e outras nações com tradição na defesa da paz. É o momento de devolver o protagonismo à ONU. É preciso que o Secretário-Geral lidere um grupo representativo de países comprometidos com a paz na tarefa de restituir à organização a prerrogativa de ser a casa do entendimento e do diá”, disse o presidente brasileiro em Kananaskis, no Canadá.

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O G7 é formado por sete das maiores economias industrializadas do mundo: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. Deste grupo, Estados Unidos, Reino Unido e França integram o Conselho de Segurança da ONU.

Lula mencionou os recentes ataques de Israel ao Irã, que, na sua visão, “representam uma ameaça em transformar o Oriente Médio em um único campo de batalha, com consequências globais inestimáveis”. Em relação ao conflito entre Ucrânia e Rússia, afirmou que nenhum dos lados alcançará seus objetivos por meio da força militar. “Somente o diáentre as partes pode levar a um cessar-fogo e abrir caminho para uma paz duradoura”, ressaltou.

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O presidente brasileiro também comentou o conflito na Faixa de Gaza, declarando que nada justifica o “assassinato indiscriminado de milhares de mulheres e crianças e o uso da fome como arma de guerra”.

Segurança energética

Lula, em seu pronunciamento na Reunião Ampliada do G7, enfatizou a relevância do Brasil para a segurança energética global, mas afirmou que o país não se transformará em cenário de disputas predatórias e práticas restritivas. “Os países em desenvolvimento necessitam estar envolvidos em todas as fases das cadeias globais de minerais estratégicos, incluindo seu processamento”, declarou.

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Ele afirmou que a expansão de áreas protegidas e de energia solar e a descarbonização dos setores de transportes e agricultura dependem de minerais estratégicos, lembrando que o Brasil possui a maior reserva mundial de nióbio, a segunda de níquel, grafite e terras raras, e a terceira de manganês e bauxita. “Mas não repetiremos os erros do passado. Durante séculos, a exploração mineral gerou riqueza para poucos e deixou rastros de destruição e miséria para muitos. Ela não deve ameaçar biomas como a Amazônia e os fundos marinhos”, alertou o presidente.

Ele destacou a contribuição do Brasil na produção de biocombustíveis, a utilização de fontes de energia limpas, a fabricação de hidrogênio verde e do combustível sustentável para aviação.

Relações com Canadá

Em contato com o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, divulgado nas redes sociais, Lula o elogiou pela firme postura em relação à soberania do país e manifestou o desejo de ampliar as relações bilaterais.

Desejo fortalecer o relacionamento entre o Brasil e o Canadá. É um país muito importante, com diversas empresas canadenses atuando no Brasil. Almejo que tenhamos uma relação política, cultural e comercial, bem como na questão do clima, significativamente mais robusta. Essa é a minha intenção.

O primeiro-ministro afirmou que a COP 30, que ocorrerá em Belém (PA), será a reunião mais importante do ano em nível mundial e se colocou à disposição para auxiliar no que for necessário. “Ninguém melhor para liderar esse esforço que você”, declarou.

Com informações da Agência Brasil

Publicado por Nótaly Tenório

Fonte por: Jovem Pan

Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.