Brasil Não Será Exportador de Minerais Críticos, Declara Lula em Visita a Moçambique
Em uma visita oficial a Moçambique, na segunda-feira, 24 de novembro de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou a posição do Brasil de não se tornar exportador de minerais críticos em sua forma bruta. Durante uma cerimônia com empresários em Maputo, o presidente enfatizou que o processamento desses minerais – o que envolve a transformação da matéria-prima extraída do solo em produtos utilizáveis em baterias e outras aplicações – deve ocorrer dentro do próprio país produtor.
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Processamento Interno como Chave para o Desenvolvimento
Lula argumentou que, para que o Brasil obtenha os benefícios econômicos da exploração desses minerais, é fundamental que o país invista no processamento da matéria-prima. “Nós não vamos ser exportador dos minerais críticos. Se quiser, vai ter que industrializar o nosso país para que o nosso país possa ganhar esse dinheiro”, declarou.
A ideia central é que o Brasil se torne um agente ativo na cadeia de valor desses recursos, em vez de apenas vendê-los em sua forma original.
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Soberania e Transição Energética
O presidente também defendeu que Brasil e Moçambique devem trabalhar juntos para processar internamente minerais como lítio e cobalto, que são essenciais para a transição energética. Ele ressaltou a importância de cada país definir, de forma independente, como explorar suas riquezas minerais. “É igualmente urgente que cada país seja capaz de definir as necessidades e modelos de exploração de suas riquezas minerais de forma soberana.
Nós já temos um século de experiência. Já temos um século”, afirmou. A visão é de que a autonomia na exploração e processamento desses recursos é crucial para o futuro do país.
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Reação à Pressão Internacional e Novos Ações Governamentais
A declaração de Lula ocorre em um momento em que o governo brasileiro busca reverter o histórico de exportação primária de minerais como lítio, nióbio, grafite e terras raras. Nos últimos anos, grande parte da produção brasileira desses minerais tem sido enviada para o exterior.
Os Estados Unidos têm demonstrado interesse em monitorar a produção de minerais críticos no Brasil, em uma estratégia para influenciar o mercado. Em resposta, o governo de Lula já havia sinalizado um endurecimento na política de mineração, e decidiu criar um conselho especializado para lidar com esses minerais.
Além disso, o governo federal lançou um plano para atrair investimentos na indústria de processamento e manufatura, com o objetivo de incentivar empresas estrangeiras a instalarem fábricas no Vale do Jequitinhonha (MG), um polo emergente do lítio.
