Lula critica Trump e tarifas de importação no Brasil-EUA

Transição Energética e Relações Comerciais entre Brasil e Estados Unidos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou seu descontentamento com a postura do governo americano, liderado por Donald Trump (Partido Republicano), em relação à transição para uma economia verde e às negociações comerciais. Em declarações à AP e Reuters, o petista criticou a descrença de Trump no tema ambiental, afirmando que “tem gente que não acredita, por exemplo, o presidente Trump me disse que eu não acredito em economia verde”.

Ele ressaltou a necessidade de avançar globalmente na transição energética, destacando que “em algum momento ele vai perceber” a importância da questão.

Durante a conversa, Lula também abordou as tarifas de importação, criticando a aplicação de 50% sobre produtos brasileiros, justificada por Trump como uma resposta à suposta injustiça em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O petista enfatizou que “estou cansado de assinar coisa taxando outros países, mas no limite da compressão e no limite estabelecido pelo OMC [Organização Mundial do Comércio]”.

Tarifas de Importação e OMC

Dados da Organização Mundial do Comércio revelam que o Brasil possui tarifas de importação superiores a outros membros, com tarifas MFN –aplicadas de forma isonômica para os países com os quais não existem acordos preferenciais– de 12% para todos os produtos.

A tarifa média consolidada é de 31,4%, imposta pela organização internacional. Essa flexibilidade cria uma insegurança regulatória para investidores e parceiros comerciais.

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Comparativo com Outros Países

Ao considerar a média ponderada, o Brasil ocupa o 2º lugar no ranking de tarifas em dados de 2022 do Banco Mundial. Em comparação com países desenvolvidos como Estados Unidos (3,3%), União Europeia (5%) e Japão (3,7%), as tarifas brasileiras são significativamente maiores.

Na América Latina, a tarifa média brasileira é o dobro da do Chile, e maior em relação a nações emergentes como África do Sul, China, México e Rússia.

Setores com Tarifas Elevadas

O sistema brasileiro ainda se apoia em mecanismos protecionistas tradicionais para preservar sua base produtiva. O setor mais protegido é a agricultura, com uma tarifa média de 17,8%. Outros setores com tarifas elevadas incluem têxteis e vestuário (16%), calçados e couro (15,3%), automotivo e transporte (14,9%) e produtos químicos e plásticos (12,5%).

Bens de tecnologia e eletrônicos possuem uma tarifa média aplicada de 8,5%.

Conclusão

A alta das tarifas de importação, considerada uma das maiores do G20, é vista por economistas como um fator que prejudica o crescimento econômico do país, do trabalhador brasileiro e resulta em um ambiente de baixa inovação.