O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a criação de uma nova governança mundial durante a Cúpula de Países Amazônicos em Bogotá, na Colômbia, nesta sexta-feira (22), e afirmou que enviou uma carta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para convidá-lo a participar da COP30, marcada para novembro em Belém.
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É necessário ter um governo mundial e, para isso, não se pode extinguir o multilateralismo. Não se pode agir como o presidente americano está fazendo, tomando decisões isoladamente, sem considerar a Organização Mundial do Comércio (OMC), a ONU, entre outros. É nesse contexto que chegaremos à COP30, afirmou Lula.
O presidente brasileiro afirmou ter enviado uma carta pessoal a Trump e que todos os líderes mundiais receberão convites assinados por ele. “Ele está sendo convidado, e cada presidente vai receber uma carta com a minha assinatura, para demonstrar que vamos tratar a COP com seriedade”.
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Lula enfatizou, com convicção, que a Conferência de Belém deve ser a “COP da verdade”, caracterizada por compromissos concretos dos países desenvolvidos e não apenas por promessas.
Cooperação regional
Durante o discurso, Lula anunciou a inauguração, em 9 de setembro, em Manaus, do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia, com a participação dos oito países da (OTCA) Organização do Tratado de Cooperação Amazônica. O objetivo será fortalecer o combate ao garimpo ilegal, ao narcotráfico e ao contrabando de armas.
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O presidente também ressaltou que a COP30 não pode reiterar o modelo de encontros precedentes, onde diversas decisões foram sanadas, porém com pouca implementação. Ele mencionou compromissos não cumpridos, incluindo os US$ 100 bilhões anuais destinados ao financiamento de ações de proteção das florestas, além do Protocolo de Kyoto e do Acordo de Paris.
“De promessa estamos cheios. O que é importante é que cada um de nós faça a nossa parte”, declarou.
Protagonismo amazônico
Lula argumentou que os países da região cheguem a Belém com objetivos climáticos definidos (NDCs) e solicitou maior responsabilidade das nações ricas. “É preciso assegurar a sobrevivência dos povos indígenas, ribeirinhos, seringueiros, pescadores e pequenos trabalhadores rurais que habitam a Amazônia. Se desejam a floresta preservada, é necessário que contribuam financeiramente para isso”, declarou.
O presidente destacou também o simbolismo de receber a COP na Amazônia: “Não será Paris, não será Dubai. Será Amazônia. Desejamos que percebam a realidade da floresta, dos rios e dos povos que habitam lá.”
Lula concluiu reforçando que considerará a conferência como um momento determinante: “Não desejo uma COP de discursos e panfletos, almejo uma COP com resultados. É a oportunidade de avançar e romper com a repetição em que nos encontramos”.
Fonte por: CNN Brasil