Projeto ainda precisa de aprovação do Senado, mas marca um passo importante para tributação mais justa no Brasil.
A Câmara dos Deputados da Brasil aprovou unânimemente o Projeto de Lei 1087/2025, uma proposta central do governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva para reformar o Imposto de Renda. A medida isenta trabalhadores formais com salários até 5.000 reais por mês (aproximadamente US$1.000) e reduz gradualmente as alíquotas para aqueles que recebem até 7.350 reais (cerca de US$1.470). O projeto recebeu 493 votos favoráveis e agora segue para análise no Senado Federal.
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O líder da Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara, Lindbergh Farias, descreveu o resultado como uma “noite histórica” para o Brasil. “Quinze milhões de brasileiros serão beneficiados. Apenas 141.000 pessoas, representando apenas 0,06% da população, pagarão mais impostos. Isso é justiça e coloca o Brasil no caminho certo,” declarou. O deputado Alencar Santana complementou, afirmando que a reforma representa o “primeiro passo em direção à justiça tributária” e cumpre uma promessa central da campanha de Lula.
A vitória também foi atribuída às massivas mobilizações nas ruas no início deste mês, que pressionaram até mesmo parlamentares alinhados com o ex-presidente Jair Bolsonaro a apoiar a medida. “Muitos votaram em silêncio, até mesmo envergonhados, porque não queriam dar essa vitória a Lula, mas a força do povo forçou suas mãos,” observou Santana. A deputada Fernanda Melchionna acrescentou que a reforma deve ser apenas o começo de uma maior redistribuição: “Precisamos avançar com a tributação dos super-ricos e abordar as profundas desigualdades sociais.”
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O Ministro das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, chamou o dia de “histórico para o povo brasileiro”, enfatizando que a reforma desloca o fardo para os mais ricos, aliviando as famílias de classe trabalhadora. A oposição tentou enfraquecer a proposta com emendas, mas a maioria foi rejeitada por falta de consistência orçamentária. Algumas alterações pontuais foram incluídas, abrangendo bolsas de estudo universitárias (ProUni), compensação para municípios que perderão receita, regras sobre a tributação de notas fiscais e a clareza de que novos impostos sobre dividendos só entrarão em vigor em 2026.
Autor(a):
Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.