Lula afirma que o PT foi prejudicado pela Vale por oito anos
O chefe do Executivo declarou que a gestão da empresa de mineração era “muito inadequada” e que, dessa forma, o acordo de compensação “foi formalizado p…

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, na sexta-feira passada (11.jul.2025), que a antiga presidência da Companhia Vale do Rio Doce “iludiu” o povo brasileiro por oito anos devido à falta de transparência na administração e por não abordar um acordo de compensação pelos danos provocados pelo rompimento da barragem do Fundão, em Mariana (MG), em 2015.
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Os governos que buscaram a reparação do maior desastre ambiental deste país esperavam um presidente de uma empresa que não vinha conversar com ninguém, e até hoje não se sabe o que foi feito em sua gestão. “Você foi enganado por 8 anos”, afirmou Lula durante cerimônia do início dos pagamentos do PTR (Programa de Transferência de Renda) para pescadores e agricultores familiares afetados pelo rompimento da Barragem do Fundão.
O presidente continuou afirmando que seu grupo conseguiu, em dois anos, alcançar resultados que governos anteriores não lograram.
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Em apenas dois anos, viemos fazer com que a Vale se sentasse e pagasse o que lhe era devido. Não aceitamos a noção de que a Vale não desejava reparação. O que a Vale possuía era uma orientação inadequada.
Lula afirmou que a mineradora foi gerida de maneira que “só esperavam receber dividendos” e, por isso, perdeu a posição de melhor mineradora do mundo. “Quando um cachorro tem muito dono, morre de fome. A Vale estava assim. É o começo da reparação”.
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O Acordo
O Acordo do Rio Doce destina R$ 132 bilhões para ações de reparação e compensação ao longo de 20 anos. Foi assinado pelas empresas Samarco, Vale e BHP Billiton, junto à AGU (Advocacia-Geral da União), aos governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Partido Novo), e Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), à PGR (Procuradoria-Geral da República), à DPU (Defensoria Pública da União), aos MPs (Ministérios Públicos) e às DPs (Defensorias Públicas) dos dois Estados.
O governo estima que o acordo impactará 22 mil pescadores e 13,5 mil agricultores nos municípios do Espírito Santo (ES) e de Minas Gerais (MG). Os recursos somam R$ 3,7 bilhões, distribuídos ao longo de quatro anos.
Os beneficiários receberão salário mínimo e metade do valor mensal durante os primeiros 36 meses e salário mínimo pelos 12 meses restantes. O PTR incorpora as ações corretivas definidas após o acidente ambiental na Bacia do Rio Doce.
O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar administrará o PTR-Rural por meio da Anater (Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural). O Ministério da Pesca e Aquicultura ficará responsável pelo PTR-Pesca.
O PTR-Rural atenderá 49 municípios, abrangendo propriedades situadas até 5 quilômetros de distância do centro da confluência do Rio Gualaxo do Norte (MG), até 5 quilômetros dos Rios Carmo e Doce (MG), na área de Baixo Guandu até o distrito de Farias – Linhares (ES), e na área de inundação do Distrito de Farias até a foz do Rio Doce.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Bianca Lemos
Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.