Lula afirma que o Brasil irá tributar as grandes empresas de tecnologia dos Estados Unidos e rebate Trump: “O Brasil é soberano”
O chefe do executivo manifesta sua discordância em relação à alíquota de 50% aplicada pelos Estados Unidos e assegura que haverá cobrança de tributos so…

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que o Brasil implementará impostos sobre as grandes empresas de tecnologia americanas. A afirmação foi feita durante um evento da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Goiânia (GO), em um cenário de crescente tensão diplomática após a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelo presidente americano Donald Trump.
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Lula afirmou que a decisão reforça a soberania nacional. “Vamos tributar as empresas digitais americanas. Este país é soberano. Aqui não se tolerará violência contra crianças, mulheres, negros, LGBTQIA+ em nome de uma suposta liberdade de expressão”, declarou o presidente. Google, Amazon, Meta (dona do Facebook, WhatsApp e Instagram) e outras grandes empresas do setor digital que atuam no território brasileiro estão incluídas na medida.
O encontro entre Biden e Trump foi tenso.
A declaração de Lula ocorre dias após Donald Trump anunciar sanções comerciais contra o Brasil, válidas a partir de 1º de agosto, como resposta a uma suposta “censura” de empresas norte-americanas e à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, seu aliado político, pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
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Trump acusou o governo Lula de promover uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro e anunciou a taxação de 50% sobre produtos brasileiros comprados pelos EUA. Lula classificou o gesto como “desrespeitoso” e criticou duramente o norte-americano. “O Brasil gosta de negociação. Mas não vai aceitar ordem de gringo”, afirmou.
Comitê de resposta
Após o anúncio da tarifa, o governo federal instituiu um comitê interministerial coordenado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) para articular ações contra a taxação dos produtos americanos. O grupo já se reuniu com empresários, representantes do agronegócio e executivos de empresas dos Estados Unidos para tentar solucionar a crise.
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Apesar dos esforços diplomáticos, o governo não descarta o acionamento da OMC e a aplicação de medidas de retaliação com base na Lei da Reciprocidade, recentemente aprovada pelo Congresso e regulamentada por decreto de Lula.
O governo dos Estados Unidos está conduzindo uma investigação sobre o Brasil.
Além da tarifa, os Estados Unidos anunciaram uma investigação comercial contra o Brasil, fundamentada na Seção 301 do Ato de Comércio norte-americano. A alegação, conduzida pela USTR (Representação Comercial dos EUA), examinará se políticas brasileiras infringem normas comerciais em áreas como pagamentos digitais, desmatamento, tarifas sobre o etanol, combate à corrupção e proteção da propriedade intelectual.
A investigação poderá levar a novas retaliações econômicas, conforme o resultado da audiência pública agendada para o dia 3 de setembro. Lula, por sua vez, prometeu uma reação “civilizada, mas firme”. “Nada se conquista na força. Mas também não aceitamos intimidações. Agiremos como um país que se respeita”, concluiu.
Fonte por: Jovem Pan
Autor(a):
Marcos Oliveira
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.