Lula afirma que o aumento tarifário de Trump conta com o apoio de políticos considerados “traidores da pátria”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou em transmissão nacional na quinta-feira (17) que os valores divulgados pelo presidente norte-americano, Donald Trump, contam com respaldo de políticos brasileiros, que ele considerou “traidores da pátria”.

Em tom de indignação, o presidente manifestou-se ao tomar conhecimento do apoio de certos políticos à política tarifária, afirmando que estes adotam uma postura de “quanto pior, melhor”.

“Não se importam com a economia do país e os danos causados ao nosso povo”, declarou Lula.

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O chefe do executivo declarou que as tarifas são uma “extorsão inaceitável” e destacou que o Poder Judiciário no Brasil mantém sua independência.

No Brasil, observamos o devido processo legal, os princípios da presunção da inocência, do contraditório e da ampla defesa. Tentar interferir no sistema judiciário brasileiro constitui um sério ataque à soberania nacional, afirmou o presidente.

Na quinta-feira (17), Donald Trump publicou uma carta dirigida ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmando que o aliado é vítima de “ataques” por parte de um “sistema injusto”.

“Esta citação precisa cessar imediatamente”, declarou, referindo-se ao processo criminal no qual Bolsonaro é acusado no Supremo Tribunal Federal (STF).

Lula, no pronunciamento, também defendeu o sistema de pagamentos Pix, que recebeu críticas dos Estados Unidos nos últimos dias.

Não toleraremos ataques ao Pix, que é um patrimônio do nosso povo. Possuímos um dos sistemas de pagamento mais avançados do mundo e vamos protegê-lo.

O sistema de pagamentos brasileiro foi apontado como ilustração de como o governo favorece o país em prejuízo das empresas norte-americanas. Na terça (15), o Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR) anunciou uma investigação comercial contra o Brasil, que inclui o Pix entre as práticas consideradas “desleais”.

Lula manifestou-se em âmbito nacional, em apoio à soberania do Brasil em relação à regulamentação das redes sociais. Este conflito já se desenvolve há meses com o governo americano, que se opõe à regulamentação das grandes empresas de tecnologia, sob o argumento de defender a liberdade de expressão.

Empresas de todo o país, tanto nacionais quanto estrangeiras, devem seguir as normas estabelecidas. No Brasil, ninguém está acima da lei. Lula afirmou que é necessário proteger as famílias brasileiras contra organizações que utilizam as redes digitais para promover fraudes, incitar violência e ataques à democracia.

Em declaração transmitida em cadeia nacional, o presidente afirmou que empregaria “todos os instrumentos legais” para proteger a economia brasileira, abrangendo desde recursos da Organização Mundial do Comércio até a Lei de Reciprocidade Econômica.

Análise do Caso

Em julho, Trump anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil, com a nova alíquota em vigor a partir de 1º de agosto.

Trump anunciou em mensagem divulgada em sua rede social, Truth Social. No documento, o americano declara que a cobrança é necessária considerando o posicionamento do STF (Supremo Tribunal Federal) em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Lula declarou que a ação seria conduzida por meio da Lei de Reciprocidade Econômica. Aprovada pelo Congresso Nacional em 2 de abril, a norma define critérios de proporcionalidade para a adoção de medidas em resposta a obstáculos aplicados a produtos e interesses brasileiros.

O governo usou o confronto com Trump para fortalecer a mensagem de soberania. Segundo a CNN, essa narrativa aumentou a popularidade do presidente e impactou a resposta diplomática aos Estados Unidos, com novas críticas à tarifação em uma carta recente.

Fonte por: CNN Brasil