O chefe do executivo proferiu a fala durante uma visita ao Chile, recebendo críticas de parlamentares e apoiadores da oposição pelas redes sociais.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou na segunda-feira (21.jul.2025) que eleições a cada quatro ou cinco anos não são suficientes para garantir a democracia. A afirmação foi feita durante uma cúpule sobre o tema realizada em Santiago, no Chile.
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Lula afirmou: “A democracia liberal não conseguiu responder aos anseios e necessidades contemporâneas. Cumprir o ritual eleitoral a cada 4 ou 5 anos não é mais suficiente. O sistema político e os partidos caíram em descrédito. Por essa razão, conversamos sobre o fortalecimento das instituições democráticas e do multilateralismo diante dos sucessivos ataques que vêm sofrendo. Concordamos sobre a necessidade de regulamentação das plataformas digitais e do combate à desinformação, para devolver ao Estado a capacidade de proteger seus cidadãos”.
Assista à íntegra da declaração de Lula (1min9s):
O evento foi organizado pelo presidente chileno, Gabriel Boric, e contou também com os líderes da Espanha, Pedro Sánchez, da Colômbia, Gustavo Petro, e do Uruguai, Yamandú Orsi.
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Lula complementou, afirmando que a “beleza da democracia” reside na capacidade do povo de selecionar diversos grupos sociais para exercer o governo. Ele ressaltou que uma sucessão entre trabalhadores e empresários no poder é uma possibilidade.
O chefe do executivo assegurou a necessidade de medidas mais contundentes para salvaguardar governos democráticos frente ao que ele denomina uma onda de desinformação e ataques às instituições. Declarou que a liberdade de expressão não deve ser utilizada como cobertura para a prática de ilícitos.
A liberdade de expressão não se equipara à permissão para incitar a violência, propagar o ódio, praticar crimes ou atacar o Estado democrático de direito.
A fala do petista foi alvo de críticas da oposição nas redes sociais, que interpretou a declaração como um atentado contra o processo democrático.
O líder da Oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), declarou que Lula “subiu em palanque no Chile para dizer que o voto popular não é suficiente”. Para o ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro (PL), a fala não se trata de retórica, mas sim de um “projeto de poder”.
A deputada Bia Kicis (PL-DF) também criticou a declaração. Considerou o discurso do presidente “fascista e antidemocrático” e afirmou que “o Brasil vai quebrar”.
O vereador de São Paulo Rubinho Nunes (União Brasil) declarou que Lula intensificou ataques ao processo eleitoral e às redes sociais.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.