Ao lado de Gustavo Petro, Pedro Sánchez, Yamandú Orsi e Gabriel Boric, o presidente do Brasil defendeu a necessidade de ações concretas e urgentes em re…
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva associou a recente onda de extremismo na política à ascensão do Partido Nazista na Alemanha, durante a década de 1930. A afirmação foi feita a jornalistas, na segunda-feira (21), em Santiago, no Chile, onde Lula participou da reunião de alto nível sobre a defesa da democracia, organizada pelo presidente chileno Gabriel Boric.
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Por que estamos fazendo este movimento? Porque a democracia corre risco com o extremismo, como ocorreu na fundação do Partido Nazista, com a questão da ascensão de Adolf Hitler. O que queremos é democracia, não importa que seja de direita, que seja de esquerda, que seja de centro. O que queremos é o exercício da democracia, com tolerância, com respeito à diversidade, com respeito ao pensamento ideológico, com respeito à cultura de cada país, a cada religião. É isso que eu quero para o Brasil.
Além disso, participaram do evento Democracia Sempre os líderes da Colômbia, Gustavo Petro; da Espanha, Pedro Sánchez; e do Uruguai, Yamandú Orsi. Na sequência da reunião reservada entre os líderes, eles se encontraram com representantes da sociedade civil, do meio acadêmico e de grupos de reflexão sobre políticas públicas. As discussões abordaram três temas: defesa da democracia e do multilateralismo; combate às desigualdades; e tecnologias digitais e o enfrentamento da desinformação.
Para Lula, é necessário atos concretos e urgentes diante do agravamento da ofensiva antidemocrática no mundo. Após o encontro entre os presidentes, eles divulgaram uma declaração conjunta com compromissos e consensos em defesa da democracia.
O documento, divulgado pelo Palácio Itamaraty, aponta ações prioritárias e premissas consideradas essenciais, incluindo: “A promoção de um multilateralismo inclusivo e participativo”; “A reforma do sistema de governança global”; “O fortalecimento de uma diplomacia democrática ativa, baseada na cooperação entre Estados que compartilham os valores da democracia, da justiça social, dos direitos humanos e da soberania”; “Reafirmar o compromisso com a paz, o respeito ao direito internacional e aos direitos humanitários”.
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O encontro no Chile já estava agendado há algum tempo, mas ocorre no momento em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensifica os ataques tarifários contra vários países, incluindo o Brasil. Sobre isso, ainda na entrevista com jornalistas, Lula ressaltou que, até o momento, não existe uma guerra tarifária aberta com os Estados Unidos, pois o Brasil não respondeu à imposição de tarifas recíprocas.
Não estamos numa guerra tarifária. Essa guerra tarifária começará na hora em que eu der a resposta ao Trump, se ele não mudar de opinião. Porque as condições que o Trump impôs não foram condições adequadas”, afirmou. O presidente brasileiro demonstrou otimismo com uma solução negociada para o impasse e voltou a destacar a necessidade dos empresários se envolverem numa pressão conjunta.
Estou com uma certa tranquilidade. Isso porque o Ministério das Relações Exteriores está atuando nisso. Tenho uma pessoa da qualidade de Alckmin envolvida e os empresários precisam compreender que, antes dos governos tentarem solucionar, os empresários brasileiros devem conversar com seus parceiros nos Estados Unidos, pois são eles que sofrerão com as consequências.
O evento no Chile acontece em continuidade à primeira reunião de alto nível Em Defesa da Democracia: Lutando contra o Extremismo, realizada em setembro de 2024, em paralelo à 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. O encontro foi promovido pelo presidente Lula e pelo espanhol Pedro Sánchez.
A próxima etapa da iniciativa prevê a realização de uma reunião durante a 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro próximo, em Nova York. Na ocasião, também deverão participar os líderes de México, Inglaterra, Canadá, Honduras, Austrália, África do Sul e Dinamarca.
Com informações da Agência Brasil.
Fonte por: Jovem Pan
Autor(a):
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.