Luciano Andrade Moreira, do World Mosquito Program, é destaque na lista “Nature’s 10”. A pesquisa impede dengue, zika e chikungunya.
A revista divulgou na segunda-feira, 8 de dezembro de 2025, o reconhecimento ao pesquisador do World Mosquito Program, Luciano Andrade Moreira, como um dos dez cientistas que mais influenciaram a ciência mundial naquele ano. A publicação destacou o trabalho de Moreira com mosquitos Aedes aegypti modificados com a bactéria Wolbachia, uma técnica inovadora que impede a transmissão de vírus como dengue, zika e chikungunya.
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A metodologia, originada na Austrália, foi adaptada e expandida no Brasil sob a coordenação do pesquisador. O sistema consiste na liberação de mosquitos portadores da Wolbachia, que, ao se reproduzirem com a população local de insetos, disseminam a bactéria naturalmente, criando um efeito protetor duradouro contra as arboviroses.
O Brasil mantém uma biofábrica com capacidade de produção superior a 80 milhões de ovos de mosquitos com Wolbachia semanalmente, conforme informado pela Nature. Esse avanço é crucial para o desenvolvimento de soluções eficazes contra as doenças transmitidas por mosquitos.
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A lista Nature’s 10 também incluiu outros cientistas notáveis. Susan Monarez (EUA) se destacou por defender o rigor científico em meio a pressões políticas. Precious Matsoso (África do Sul) teve um papel fundamental nas articulações que levaram à criação do primeiro acordo mundial para a preparação e resposta a futuras pandemias.
Achal Agrawal (Índia) atuou na denúncia de irregularidades no sistema de avaliação das universidades, impulsionando reformas importantes. Liang Wenfeng (China) desenvolveu o DeepSeek, um modelo avançado de inteligência artificial, criado com recursos limitados e disponibilizado de forma aberta.
Mengran Du (China) comandou uma missão em águas profundas, revelando novas formas de vida. Sarah Tabrizi (Reino Unido) liderou o desenvolvimento de uma terapia para desacelerar o avanço da doença de Huntington. KJ Muldoon (EUA) foi o primeiro caso registrado de aparente cura por meio de edição genética.
Yifat Merbl (Israel) identificou uma nova função dos proteassomas, mostrando que essas estruturas celulares produzem peptídeos com ação antimicrobiana. Tony Tyson (EUA) é o físico visionário por trás do Observatório Vera Rubin, no Chile, um projeto que ele idealizou há mais de três décadas.
Autor(a):
Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.