Loro Piana entra em administração judicial devido à exploração de trabalhadores
A Bulgari, marca italiana da LVMH, está sob investigação por denúncias trabalhistas desde 2023.

A Loro Piana Spa é a quinta empresa de moda a ser alvo da mesma corte de Milão por questões trabalhistas semelhantes desde 2023, conforme decisão de 26 páginas revisada pela Reuters nesta segunda-feira (14).
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A administração das marcas de moda Valentino, Dior (da LVMH), Armani e da empresa italiana de bolsas Alviero Martini também foi transferida.
O tribunal constatou que a Loro Piana, fabricante de roupas de cashmere, terceirizava sua produção por meio de duas empresas fictícias, sem capacidade produtiva efetiva, para oficinas chinesas na Itália, que, segundo o tribunal, exploravam trabalhadores.
Leia também:

Grazi Massafera e sua filha vestem peças semelhantes em evento teatral

Executivo lança registro nacional de telefones apreendidos e roubados

Ancelotti diz ter ficado “impressionado” com os times brasileiros na Copa do Mundo: “Podem competir”
O tribunal de Milão determinou que a Loro Piana “assumiu a responsabilidade” por não supervisionar adequadamente seus fornecedores em busca de maiores lucros.
O tribunal também designou um administrador externo para assegurar que a empresa atenda a todas as exigências dos juízes em relação ao controle de sua cadeia de suprimentos.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A Loro Piana se recusou a comentar. A LVMH não estava imediatamente disponível para comentar.
A gestão será suspensa precocemente se a unidade ajustar suas práticas aos requisitos legais, como ocorreu anteriormente com a Dior, Armani e Alviero Martini, que também foram alvo do tribunal.
A LVMH, maior grupo de luxo do mundo, adquiriu 80% da Loro Piana em julho de 2013, com 20% mantidos pela família italiana fundadora da empresa.
Os juízes de Milão determinaram que, embora os casos anteriores tenham sido amplamente divulgados, “essa cadeia de produção, liderada pela Loro Piana, seguiu operando até o momento”.
A decisão também ressalta que tal prática persistiu, mesmo após a assinatura, em maio, de um acordo por parte de representantes de marcas de moda italianas com autoridades competentes, visando o combate à exploração de trabalhadores.
Proprietários de empresas contratantes e subcontratantes estão sendo investigados por promotores de Milão por exploração de trabalhadores e utilização de indivíduos sem registro formal. A Loro Piana Spa não enfrenta investigação criminal.
Os promotores do caso afirmaram que a infração das normas entre as empresas de moda na Itália era “um método de fabricação generalizado e consolidado”.
A Itália possui milhares de pequenos fabricantes que representam 50%-55% da produção mundial de artigos de luxo, segundo a consultoria Bain.
A polícia Carabinieri, da unidade de proteção ao trabalho de Milão, prenderam o proprietário de uma oficina chinesa e fecharam sua fábrica nos subúrbios noroeste da cidade.
O empregador foi denunciado por um de seus funcionários por tê-lo agredido, resultando em lesões que necessitaram de 45 dias de tratamento, após o trabalhador ter solicitado o pagamento de 10 mil euros (aproximadamente R$ 58,5 mil) em salários pendentes.
A Carabinieri constatou que a oficina fabricava casacos de cashmere da marca Loro Piana e que seus 10 trabalhadores chineses, incluindo cinco imigrantes ilegais, eram obrigados a trabalhar até 90 horas semanais, sete dias por semana, recebendo 4 euros (aproximadamente R$ 23,4) por hora e dormindo em quartos instalados ilegalmente no local.
A Carabinieri comunicou que inspecionou duas empresas intermediárias e três oficinas chinesas, localizadas na área de Milão, e constatou a existência de 21 trabalhadores, dos quais dez não possuíam registro legal, incluindo sete imigrantes em situação irregular.
As jaquetas de cashmere masculino da Loro Piana custam entre no mínimo 3 mil euros (aproximadamente 17,5 mil euros) e no máximo 5 mil euros (cerca de 29,2 mil euros).
A Carabinieri concluiu em seu comunicado que foram encerradas duas fábricas de propriedade chinesa, enquanto a terceira era uma empresa de papel sem capacidade produtiva, e aplicou uma multa total superior a 240 mil euros (aproximadamente R$ 1,4 milhão).
Fundador da Louis Vuitton ascendeu entre as grandes empresas de tecnologia e se tornou o segundo homem mais rico do mundo.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Júlia Mendes
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.