“Lojas” do PCC: estrutura complexa com câmeras e RH fatura milhões; 10 “auditores” presos

Polícia Civil de São Paulo realiza operação contra o PCC

A Polícia Civil de São Paulo prendeu 17 membros do PCC (Primeiro Comando da Capital) em uma operação realizada nesta terça-feira (21). Dentre os detidos, estão dez “auditores” que são considerados responsáveis pela administração e fiscalização das “lojas“, pontos de tráfico de drogas, na Grande São Paulo, com lucros milionários.

A investigação revelou 84 pontos de venda de entorpecentes, interligados por uma complexa rede administrativa e contábil. A maioria desses locais está situada na zona Leste de São Paulo e conta com câmeras de segurança e uma “escala de funcionários”.

Controle e faturamento das “lojas”

Os “auditores” do PCC monitoram a ausência de integrantes nas vendas de drogas, até mesmo com atestados médicos, conforme explicou o delegado geral, Artur Dian. A investigação é conduzida pelo Cerco (8ª Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas).

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Após a apreensão do celular de um dos auditores, preso em maio, a Polícia Civil teve acesso a conversas por aplicativos de mensagens que revelaram o faturamento das “lojas”. Em média, os pontos de venda movimentam R$ 400 mil por semana, com um deles destacando-se ao faturar R$ 700 mil em apenas sete dias, no extremo Leste da capital paulista.

Estrutura administrativa do crime

Os “funcionários” da administração criminosa incluem “RHs”, responsáveis por “cadastrar” novos membros, e “disciplinas”, que têm a função de fiscalizar e punir aqueles que não seguem as regras. A polícia também apreendeu celulares e drogas, além de itens contábeis como planilhas.

Essas planilhas organizam as perdas de entorpecentes devido a operações de segurança e o desabastecimento das “lojas”. Os pontos eram abastecidos entre si conforme a necessidade de estoque.

Mandados de prisão e busca

A operação de desmantelamento da facção resultou na expedição de 38 mandados de prisão preventiva e 110 mandados de busca e apreensão em cidades como São Paulo, Suzano, Itaquaquecetuba, Guarulhos, Ferraz de Vasconcelos e Mogi das Cruzes.