O Prêmio Nobel e suas Controvérsias
O Prêmio Nobel é amplamente reconhecido como a mais alta honraria para cientistas e pesquisadores em diversas áreas. No entanto, a premiação não está isenta de polêmicas.
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Ao longo dos anos, alguns prêmios foram dados a pesquisas que, posteriormente, se revelaram incorretas. Além disso, surgiram alegações de má conduta científica após a concessão dos prêmios. Apesar disso, o Nobel nunca foi atribuído a uma pesquisa comprovadamente fraudulenta no momento da premiação.
Prêmios Concedidos por Pesquisas Incorretas
Johannes Fibiger recebeu o Nobel de Medicina em 1926 ao afirmar que um verme redondo, Spiroptera carcinoma, causava câncer no estômago de ratos. Décadas depois, descobriu-se que os tumores eram resultado de deficiência de vitamina A.
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Em 1938, Enrico Fermi foi laureado com o Nobel de Física por estudos com nêutrons que supostamente criariam novos elementos radioativos. No entanto, Otto Hahn e Lise Meitner demonstraram que Fermi havia promovido a fissão nuclear, dividindo átomos de urânio.
Paul Müller, Nobel de Medicina em 1948, foi premiado por descobrir a eficácia do DDT como inseticida. Embora sua descoberta estivesse correta, os efeitos ambientais do produto só foram percebidos anos depois.
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Laureados Recentes Sob Suspeita
Alguns vencedores do Nobel enfrentaram alegações de má conduta científica após a premiação. Gregg Semenza, laureado em 2019, teve 13 artigos retratados por manipulação de imagens e fabricação de dados.
Thomas Südhof, Nobel de Medicina em 2013, também passou por investigações sobre inconsistências em mais de 30 artigos. Ele nega qualquer má conduta, afirmando que os erros foram involuntários.
Casos de Fraude Sem Nobel
Jan Hendrik Schön, físico do Bell Labs, falsificou dados em pelo menos 16 artigos sobre supercondutividade. Sua fraude foi descoberta em 2002, levando à sua demissão e revogação do doutorado.
O sul-coreano Woo Suk Hwang alegou ter clonado células-tronco humanas, mas investigações mostraram que os dados eram falsos, tornando seu caso um dos maiores escândalos científicos.
Prêmio por Lobotomia
Os Prêmios Nobel não podem ser revogados. Em 1949, António Egas Moniz foi premiado pelo desenvolvimento da lobotomia pré-frontal, considerada uma inovação no tratamento de doenças mentais na época.
A técnica envolvia a remoção de partes do cérebro para aliviar sintomas de condições psiquiátricas. Moniz acreditava que a lobotomia poderia beneficiar pacientes que não respondiam a outros tratamentos.
Com o tempo, os efeitos negativos da lobotomia se tornaram evidentes, resultando em danos cerebrais e alterações de personalidade em muitos pacientes. Hoje, a lobotomia é amplamente condenada como uma prática desumana.
É importante ressaltar que a premiação de Moniz não foi fruto de fraude, mas sim de uma percepção genuína de que a técnica poderia oferecer benefícios significativos para aqueles sem outras opções de tratamento.