Livro Bege indica estagnação no crescimento econômico e no emprego; indústria sofre com tarifas altas e demanda fraca

Indústria enfrenta desafios variados entre os Distritos, com tarifas elevadas e demanda em queda impactando a atividade econômica.

15/10/2025 16:02

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(Imagem de reprodução da internet).

Relatório do Federal Reserve Aponta Perspectivas Mistas para a Economia

Faltando duas semanas para a próxima reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc), o Federal Reserve (Fed) divulgou o Livro Bege nesta quarta-feira, 15. O documento destaca perspectivas mistas para o crescimento econômico, pressões tarifárias na atividade industrial, aumento nas demissões e preços elevados.

O relatório era aguardado pelo mercado, que busca entender o cenário econômico para prever a próxima decisão de política monetária, agendada para 29 de outubro. Atualmente, 97,8% das expectativas indicam um corte de 0,25 ponto percentual, levando a taxa para a faixa de 3,75% a 4%, conforme a plataforma FedWatch, do CME Group.

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Análise do Livro Bege

De acordo com Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, a leitura geral do Livro Bege sugere uma economia em desaceleração gradual, sem sinais de enfraquecimento abrupto. Esse cenário sustenta a expectativa de que o Fed mantenha uma postura paciente em relação a futuros cortes de juros.

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Sobre a atividade econômica, o Livro Bege revelou poucas mudanças desde o relatório anterior. Três distritos relataram crescimento leve a modesto, enquanto cinco não notaram alterações e quatro observaram uma leve desaceleração. As perspectivas para o crescimento futuro variaram conforme o distrito e o setor, com alguns contatos prevendo aumento na demanda nos próximos 6 a 12 meses.

Desafios na Atividade Industrial e Consumo

A atividade industrial apresentou variações entre os distritos, mas a maioria dos relatórios indicou condições desafiadoras devido ao aumento das tarifas e à diminuição da demanda. O consumo também registrou uma leve desaceleração, refletindo a dinâmica observada em alguns resultados corporativos.

Bruno Yamashita, analista da Avenue, destacou que a demanda das classes mais altas continua robusta, enquanto famílias de classe média e baixa buscam promoções. O Livro Bege também apontou que os níveis de emprego se mantiveram estáveis, com uma demanda moderada por mão de obra entre os diferentes setores.

Mercado de Trabalho e Pressões de Preços

O relatório indicou que muitos empregadores relataram demissões e rotatividade, citando menor demanda e incerteza econômica. Apesar disso, houve uma melhor disponibilidade de mão de obra, embora setores como hospitalidade e construção enfrentem limitações devido a mudanças na política de imigração.

Os salários aumentaram em todos os distritos, geralmente em ritmo modesto. O documento também mencionou que os preços subiram durante o período analisado, com custos de insumos aumentando devido a elevações nos preços de importação e serviços.

O aumento das tarifas elevou os custos de insumos, mas o repasse desses custos aos preços finais variou. Algumas empresas optaram por manter os preços inalterados para preservar participação de mercado, enquanto outras transferiram integralmente o aumento das importações aos consumidores.

Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.