Lideranças do BRICS encerram reunião com declaração sobre saúde e clima

Luiz Inácio Lula da Silva reuniu chefes de Estado e de governo de nações do Mercosul em encontros realizados no Rio de Janeiro durante o período do fim …

07/07/2025 3:05

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Lideranças do BRICS encerram reunião com declaração sobre saúde e clima
(Imagem de reprodução da internet).

O grupo Brics, no Rio de Janeiro, encerra nesta segunda-feira (7). Ao longo do fim de semana, o presidente Lula recebeu chefes de estado e participou de sessões plenárias que culminaram na declaração final da reunião do grupo.

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Relembre os acontecimentos na Cúpula do BRICS.

O fim de semana intenso no Rio de Janeiro iniciou-se com o Fórum Empresarial do Brics, conduzido pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), que congregou representantes do setor privado dos países do bloco na sábado (5).

Além do presidente Lula, também participaram o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

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Os brasileiros defenderam o multilateralismo, criticaram políticas protecionistas e enfatizaram o potencial do Brasil para a transição climática global.

Diante do aumento do protecionismo, é fundamental que as nações emergentes defendam o regime de comércio multilateral e reformem a arquitetura financeira internacional. O BRICS continua sendo um pilar de um futuro promissor, declarou Lula.

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Após o fórum, o presidente Lula se deslocou ao Forte de Copacabana, onde realizou seis reuniões bilaterais com chefes de Estado e de governo de países do BRICS.

A última foi com o primeiro-ministro da China, Li Qiang. O presidente solicitou a retomada do mercado chinês para compras de frango do Brasil, após um surto de gripe aviária. Já o premiê chinês afirmou que Pequim está disposta a trabalhar com o Brasil para explorar as vantagens complementares de cada país e ampliar a cooperação em áreas como economia digital, economia verde, inovação científica, tecnológica e aeroespacial.

A Cúpula teve início oficialmente no domingo (6). Líderes da Índia, África do Sul, Egito, Indonésia, Emirados Árabes Unidos e Etiópia foram recebidos por Lula no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Xi Jinping, Vladimir Putin e Masoud Pezeshkian não compareceram, porém enviaram representantes. O líder russo também participou por meio de videoconferência.

Com o multilateralismo em crise, a autonomia se torna novamente questionada. Progressos conquistados, como os acordos climáticos e comerciais, encontram-se sob ameaça, segundo o presidente.

O presidente também reservou seu tempo de fala para abordar conflitos globais e a apreensão de uma guerra nuclear.

Sempre é mais fácil investir na guerra do que na paz […]. O temor de uma catástrofe nuclear voltou ao cotidiano. As violações recorrentes da integridade territorial dos Estados, em detrimento de soluções negociadas, solapam os esforços de não proliferação de armas atômicas, destacou.

O presidente Lula, na presença do chanceler russo Sergey Lavrov, declarou que é imprescindível que as partes envolvidas na guerra na Ucrânia promovam um diálogo direto com o objetivo de alcançar um cessar-fogo e uma paz duradoura.

As posições defendidas pelo presidente brasileiro coincidem em grande parte com a declaração final, divulgada durante a tarde de domingo. O texto, contudo, apresenta um tom mais brandido em alguns pontos. Foram semanas de negociações entre delegados representantes dos países do bloco que resultaram em mais de 120 parágrafos e 38 páginas.

O bloco defende um cessar-fogo imediato, permanente e incondicional em Gaza, juntamente com a retirada total das forças israelenses da Faixa de Gaza e de todas as demais áreas do Território Palestino Ocupado; a libertação de todos os reféns e detidos em conformidade com o direito internacional; e o acesso e a entrega contínuos e sem restrições de ajuda humanitária.

Já sobre a Ucrânia, o BRICS, que tem a Rússia como um de seus integrantes fundadores, adotou outro tom. O documento pede que “os esforços atuais conduzam a um acordo de paz sustentável”, mas não faz menção direta à agressão de Moscou contra Kiev.

Em relação ao conflito entre Israel e Irã, o grupo de países – que inclui Teerã entre os membros oficiais – declara: “Condenamos os ataques militares contra a República Islâmica do Irã, que constituem uma violação do direito internacional”. O bloco também expressou “preocupação com os crescentes riscos de perigo e conflito nuclear”.

Além dos conflitos e guerras declaradas, surgiram tensões econômicas e climáticas.

Os países do Brics solicitaram a implementação de financiamento climático, com recursos mais estáveis e apropriados. A cobrança aos países mais ricos e historicamente poluidores – já abordada em outras reuniões do grupo – foi reiterada.

O bloco também criticou a imposição de tarifas unilaterais. O documento não cita o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas afirma que “o aumento indiscriminado de tarifas e de medidas não-tarifárias, seja na forma de protecionismo sob o disfarce de objetivos ambientais, ameaça reduzir ainda mais o comércio global”.

Na noite de domingo (6), foi divulgada também a declaração do BRICS sobre a governança global da inteligência artificial. O texto defende a “soberania digital” dos países e a regulação do mercado, além de alertar sobre o uso da IA para a desinformação.

Líderes de estados e governos dos países membros, parceiros e de engajamento externo deverão se reunir novamente para uma nova foto oficial. Em seguida, participarão de uma sessão plenária para tratar de questões como Meio Ambiente, COP30 e Saúde Global.

A equipe deverá divulgar as declarações finais sobre saúde e clima até o final do dia.

Fonte por: CNN Brasil

Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.