Líder interino é tema de acordo entre manifestantes e forças armadas nepalenses
Jovem guarda popular, coordenada pela geração Z, provocou a saída do cargo do chefe de governo.

As forças armadas do Nepal devem retomar nesta quinta-feira (11) as negociações com os manifestantes da “Geração Z” para definir um líder interino, informou um representante militar, após os protestos que resultaram em pelo menos 30 mortos e levaram à queda do primeiro-ministro, K.P. Sharma Oli.
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Tropas realizaram patrulhamento nas ruas de Kathmandu, a capital do país, em decorrência dos protestos mais graves da cidade em décadas, motivados por uma restrição às mídias sociais que foi posteriormente desfeita, com a polícia utilizando gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar a população.
A ex-presidente do Tribunal Supremo, Sushila Karki, a primeira mulher do Nepal a ocupar o cargo em 2016, é apontada como a principal candidata para a liderança interina, com o apoio de diversos líderes do movimento de protesto.
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“Vemos Sushila Karki como realmente é – honesta, destemida e inabalável”, declarou Sujit Kumar Jha, um apoiador de 34 anos da mobilização. “Ela é a escolha certa. Quando a verdade fala, soa como Karki.”
Karki, de 73 anos, concordou, porém estão sendo realizados esforços para identificar um caminho constitucional para sua nomeação, informou uma fonte próxima ao caso à agência de notícias Reuters, em sigilo.
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Contudo, verificou-se alguma discordância em relação à sua candidatura por parte dos manifestantes, que almejavam alcançar uma decisão unânime, segundo outra fonte.
O suboficial Karki não respondeu às ligações da Reuters buscando esclarecimentos. Um representante do Exército não forneceu uma resposta imediata ao solicitação de comentários.
Na manhã desta quinta-feira (11), o porta-voz Raja Ram Basnet afirmou à Reuters: “As negociações iniciais estão em curso e prosseguirão hoje”, referindo-se às discussões sobre a nomeação de um líder interino. “Estamos buscando normalizar a situação gradualmente.”
Impactos dos protestos em Kathmandu.
Comércios, instituições de ensino e universidades permaneceram fechados na cidade e região metropolitana, contudo, determinados serviços indispensáveis foram reativados.
As restrições de permanência permanecerão em Kathmandu e região durante a maior parte do dia, comunicou o exército em um comunicado, ao mesmo tempo em que um representante do aeroporto da cidade declarou que os voos internacionais continuavam operando.
O Ministério da Saúde do Nepal comunicou que o número de mortos em razão dos protestos atingiu 30 até a quinta-feira, além de 1.033 pessoas terem sido feridas.
As manifestações são conhecidas popularmente como protestos da “Geração Z”, visto que a grande maioria dos participantes eram jovens que expressavam frustração com a suposta incapacidade do governo em combater a corrupção e ampliar as chances econômicas.
Incêndios em edifícios governamentais, incluindo a Suprema Corte e as sedes dos ministros, ocorreram durante os protestos, que terminaram com a demissão do primeiro-ministro.
Incêndios atingiram estabelecimentos comerciais, com diversos hotéis na cidade turística de Pokhara e o Hilton em Katmandu.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Ana Carolina Braga
Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.