A bancada do PL elabora uma carta à Justiça italiana em que deve retratar a deputada federal licenciada Carla Zambelli (SP) como “perseguida política”. O documento defenderá que ela não seja extradiada.
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A ex-política, que está condenada à prisão no Brasil, foi detida nesta terça-feira, 29, em Roma, dois meses após fugir do país e se estabelecer na capital italiana.
O líder da Câmara, Sósthenes Cavalcante, embarcou em Roma na manhã desta quarta-feira, 30, para entregar a carta elaborada pelo partido à Procuradoria-Geral da Itália e ao Ministério da Justiça do país.
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É preciso estabelecer uma comparação com o caso do blogueiro Osvaldo Eustáquio, cuja extradição foi negada pelo governo da Espanha, e enfatizar a cidadania italiana de Zambelli para assegurar que ela não seja devolvida ao Brasil.
Apesar da agitação, correligionários de Zambelli ouvidos sob condição de sigilo pela reportagem consideram a situação da deputada da extrema-direita como irreversível.
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De acordo com informações da CartaCapital em junho, membros do PL consideraram a fuga da deputada como um ato precipitado e optaram por não articular qualquer reação para evitar que ela fosse presa. Ela chegou a indicar que retornaria ao Brasil se obtivesse apoio a uma proposta que visava interromper o processo judicial contra ela, porém, a iniciativa não teve sucesso.
Há também a percepção de que a deputada tem acumulado desgastes para o partido. O entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro, por exemplo, atribuiu a ela parte da responsabilidade pela derrota para Lula (PT) em 2022 devido ao episódio da perseguição armada no Centro de São Paulo, véspera do segundo turno.
Quarenta e oito horas.
As autoridades italianas possuem 48 horas para decidir se mantêm Zambelli sob custódia ou não. O prazo já está sendo contado desde que a parlamentar foi detida.
Ademais da prisão, as autoridades italianas ainda precisam decidir sobre o pedido de extradição enviado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Caberá ao Ministério da Justiça da Itália a palavra final sobre o retorno da deputada ao Brasil. Especialistas em Direito Internacional preveem que os trâmites da extradição podem durar, no mínimo, dois anos.
A situação de Zambelli na Câmara.
Com a condenação à prisão por invasão a sistemas do Conselho Nacional de Justiça, o STF também determinou a perda do mandato parlamentar da deputada. O processo interno para confirmar a determinação, contudo, está parado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. O presidente do colegiado, Paulo Azi (União-BA), disse à reportagem que as discussões do caso serão retomadas após o recesso parlamentar.
Fonte por: Carta Capital