Autorização do Ibama para Exploração de Petróleo na Foz do Amazonas é Considerada um Erro Histórico
A autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a exploração de petróleo na Foz do Amazonas é vista como “um erro histórico” pelo geógrafo e professor da Universidade de São Paulo (USP), Wagner Ribeiro. Em entrevista ao Conexão BdF, ele destacou os impactos ambientais e políticos dessa decisão.
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Ribeiro afirmou que a medida ignora a vasta produção científica que alerta sobre a “maldição do petróleo”, onde países exportadores enfrentam prejuízos ambientais enquanto grupos privados se beneficiam. “A exploração resulta em lucros para transnacionais, enquanto o país-sede arca com os danos ambientais”, criticou.
Riscos Ambientais e Alternativas Energéticas
O professor também ressaltou os riscos de vazamentos de óleo em uma “área absolutamente sensível em termos ambientais”, que podem afetar comunidades dependentes da pesca e da qualidade da água. “Deixar esse petróleo lá, quietinho, seria a melhor alternativa”, defendeu.
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Ribeiro lembrou que o Brasil possui potencial para investir em energias limpas, como solar e eólica, além de biocombustíveis. “Temos território, água e insolação. Temos alternativas, sim. O problema é que o petróleo ainda é o mais barato”, explicou. Ele mencionou o etanol e o biodiesel como opções já consolidadas, mas que têm sido negligenciadas por decisões políticas.
Impacto da Licença na Conferência das Nações Unidas
A concessão da licença acontece às vésperas da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), marcada para novembro em Belém (PA). Ribeiro considera “lamentável” que o Brasil tome medidas que vão contra o espírito da conferência. “No ano em que o Brasil sedia a COP, aumentar a emissão de gás de efeito estufa na Amazônia é um contrassenso”, avaliou.
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