Licença de exploração de petróleo na Foz do Amazonas é ‘erro histórico’, diz geógrafo Wagner Ribeiro

Wagner Ribeiro afirma que a decisão do Ibama é um retrocesso climático e impacta negativamente os setores progressistas.

2 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Autorização do Ibama para Exploração de Petróleo na Foz do Amazonas é Considerada um Erro Histórico

A autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a exploração de petróleo na Foz do Amazonas é vista como “um erro histórico” pelo geógrafo e professor da Universidade de São Paulo (USP), Wagner Ribeiro. Em entrevista ao Conexão BdF, ele destacou os impactos ambientais e políticos dessa decisão.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ribeiro afirmou que a medida ignora a vasta produção científica que alerta sobre a “maldição do petróleo”, onde países exportadores enfrentam prejuízos ambientais enquanto grupos privados se beneficiam. “A exploração resulta em lucros para transnacionais, enquanto o país-sede arca com os danos ambientais”, criticou.

Riscos Ambientais e Alternativas Energéticas

O professor também ressaltou os riscos de vazamentos de óleo em uma “área absolutamente sensível em termos ambientais”, que podem afetar comunidades dependentes da pesca e da qualidade da água. “Deixar esse petróleo lá, quietinho, seria a melhor alternativa”, defendeu.

LEIA TAMBÉM!

Ribeiro lembrou que o Brasil possui potencial para investir em energias limpas, como solar e eólica, além de biocombustíveis. “Temos território, água e insolação. Temos alternativas, sim. O problema é que o petróleo ainda é o mais barato”, explicou. Ele mencionou o etanol e o biodiesel como opções já consolidadas, mas que têm sido negligenciadas por decisões políticas.

Impacto da Licença na Conferência das Nações Unidas

A concessão da licença acontece às vésperas da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), marcada para novembro em Belém (PA). Ribeiro considera “lamentável” que o Brasil tome medidas que vão contra o espírito da conferência. “No ano em que o Brasil sedia a COP, aumentar a emissão de gás de efeito estufa na Amazônia é um contrassenso”, avaliou.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.

Sair da versão mobile