Krugman: Trump não terá capacidade de destituir Powell da presidência do Fed antes de maio
Donald Trump afirmou nesta quarta-feira (16) que não tem intenção de exonerar Jerome Powell, o atual presidente do banco central americano.

O economista americano Paul Krugman, laureado com o Nobel de Economia em 2008, não acredita que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conseguirá remover o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, antes do término do seu mandato, que ocorre em maio do ano seguinte. A questão reside em quem o substituirá, adverte.
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É provável que Trump continue insistindo para que o Fed reduza as taxas de juros. Não acredito que ele consiga demitir Jerome Powell antes de maio próximo, afirmou Krugman, em texto publicado nesta quarta-feira (16).
O republicano reiterou que não pretende demitir Powell, mas intensificou as críticas ao chefe do Fed. O The New York Times também divulgou que Trump apresentou um rascunho de carta de demissão do presidente do Fed a membros republicanos, na noite de terça-feira (15).
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Trump afirmou que “a menos que haja fraude na reforma, não vamos demitir Powell”, em declaração feita hoje, acrescentando ser “mais conservador que os republicanos sobre demissão de Powell que ‘gostaram da ideia’”.
Para Krugman, a questão central é a seleção do próximo líder de Powell no cargo principal do banco central global. “Quem quer que Trump escolha após ele, fará o que ele ordenar”, declarou. Na semana anterior, o economista já havia afirmado que o futuro presidente do Fed seria um “desastre”, uma vez que Trump busca alguém que lhe forneça “lealdade servil” para conduzir a política monetária nos Estados Unidos.
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O Nobel considera Warsh uma escolha provável, mas Hasset, “que ninguém suspeita ter princípios independentes”, pode estar em primeiro lugar para suceder Powell.
Se Warsh for selecionado, muitos em Wall Street provavelmente permanecerão satisfeitos, acreditando que ele é uma figura confiável. No entanto, essa não é a realidade, pois ele nunca o foi, avaliou Krugman.
Na recordação de uma análise do discurso de Warsh em 2010, o economista afirmou que a credibilidade institucional do Fed era seu “ativo mais valioso”. Em sua perspectiva, a confiabilidade no Banco Central poderia gerar consequências mais graves para a economia do que os títulos do Tesouro de longo prazo.
O economista americano afirmou que a pressão por taxas mais baixas não faz sentido quando há por trás uma justificativa econômica. E teme pelo pior. “O Fed em breve será tão politizado quanto todo o resto do governo federal”, conclui o Nobel.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Júlia Mendes
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.