Keir Starmer enfrenta um ano de estagnação econômica e falta de decisões políticas
O primeiro-ministro do Reino Unido assumiu o cargo com a intenção de promover mudanças e renovação, porém não conseguiu evitar divergências.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer (Partido Trabalhista, centro-esquerda), celebra neste sábado (5.jul.2025) um ano à frente do governo britânico. O advogado e ex-diretor do Ministério Público foi eleito com uma vitória expressiva de seu partido, que alcançou 412 dos 650 assentos da Câmara dos Comuns. Assumiu a administração prometendo “mudança” e “renovação”.
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Starmer, contudo, não alcançou a concretização de algumas das primeiras propostas, o que resultou em declínio da popularidade e em perda de credibilidade no próprio partido.
Não gregos, não troianos
Apesar de filiado a um partido de centro-esquerda, o primeiro-ministro britânico afirmou que conduziria um governo com orientação mais central.
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A proposta é adotar uma abordagem prática em relação ao Partido Conservador (centro-direita), que enfatiza a responsabilidade fiscal e o controle da imigração, e ao Partido Trabalhista, associado a investimentos sociais e questões ambientais.
A estratégia obteve resultados eleitorais, porém não progrediu no âmbito governamental.
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Starmer, ao não apresentar um discurso com um objetivo definido, permitiu que o governo se dividisse em dois grupos com propostas distintas e comprometeu a eficiência em ambos os lados.
A líder afirmou que intensificaria o monitoramento nas fronteiras, o que incomodou seu partido. Em contrapartida, desafiou as previsões dos conservadores em relação aos elevados volumes de imigrantes que chegaram ao país, além de apontar a “extrema-direita” como responsável pelos atos de protesto contra a imigração em 2024.
O momento mais crítico de seu governo ocorreu em junho, quando parlamentares do próprio Partido Trabalhista ameaçaram impedir a aprovação de uma proposta de redução de despesas.
Em busca de equilíbrio financeiro, controle dos gastos públicos e alinhamento com o mercado, Starmer desenvolveu um projeto de reforma para os programas de assistência social. O governo considera o sistema vigente insustentável a longo prazo, devido ao crescente número de cidadãos que solicitam auxílio a cada ano.
A proposta, que previa reduções de até 5 bilhões de libras em assistência social até 2030, tinha como objetivo tornar os critérios de elegibilidade mais rigorosos e extinguir a WCA (Avaliação da Capacidade de Trabalho), responsável por determinar a aptidão das pessoas para o recebimento de benefícios.
Mais de 120 deputados trabalhistas ameaçaram rejeitar a proposta. Starmer precisou fazer diversas concessões ao projeto original para atender sua base. A principal foi a garantia de que beneficiários atuais não seriam afetados pelas mudanças.
Apesar de Starmer não ter conseguido consolidar uma base governamental sólida devido à sua indecisão sobre as políticas, a oposição ganha em popularidade e representa uma ameaça nas próximas eleições de 2029.
A direita avança com oposição.
Segundo dados da revista britânica The Economist, o maior partido de oposição ao governo atual, Reform UK, apresenta um crescimento notável.
O movimento, liderado por Nigel Farage, sustenta propostas como o endurecimento do controle da imigração, a desregulamentação e o apoio a empresas, incluindo a redução do imposto corporativo para 15% em três anos.
Analistas consideram o partido de extrema-direita devido às suas posições semelhantes às de outros partidos europeus de direita. A legenda propõe, por exemplo, um retorno a valores tradicionais, familiares e contra a cultura “woke”, além de reforço na segurança – como prisão perpétua para o tráfico de drogas.
O partido de Farage alcançou uma vitória recente na eleição de conselheiros locais – responsáveis por administrar as cidades e regiões do país. O Reform elegeu 677 representantes locais, um ganho de 648 cadeiras em relação ao pleito anterior. O partido de Starmer, obteve apenas 98 – 198 a menos.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Lucas Almeida
Lucas Almeida é o alívio cômico do jornal, transformando o cotidiano em crônicas hilárias e cheias de ironia. Com uma vasta experiência em stand-up comedy e redação humorística, ele garante boas risadas em meio às notícias.