Kamala Harris afirmou que houve uma “inadvertência” ao permitir que Joe Biden buscasse uma segunda presidência, em trechos de suas memórias divulgados nesta quarta-feira, 10.

Em 2024, Harris, que assumiu a candidatura democrata após a decisão de Biden, reconheceu que ele, então com 81 anos, apresentava sinais de cansaço e propensão a lapsos relacionados à idade.

Ela também criticou a equipe da Casa Branca, acusando-a de não oferecer apoio e, por vezes, obstruí-la ativamente durante seu período como vice-presidente.

A decisão de Joe e Jill. Todos nós diríamos isso, como um mantra, como se estivéssemos todos hipnotizados. Era por graça ou era imprudência? Em retrospectiva, acredito que foi imprudência,” afirma Harris no primeiro trecho de “107 Dias”, publicado pela revista The Atlantic.

A situação era demasiadamente importante para ser determinada por interesses pessoais, pela ambição de um único indivíduo.

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Biden causou surpresa global ao desistir da disputa em julho de 2024 após um encontro decisivo com Trump que gerou questionamentos acerca de sua saúde mental.

Harris afirmou que não existiu nenhuma conspiração para esconder o estado de saúde de Biden, mas admitiu que era claro que havia questões relacionadas à sua idade.

Ele demonstrava um conhecimento mais aprofundado, maior capacidade de discernimento e uma considerável compaixão, superando a atuação de Donald Trump em seus melhores momentos.

“Mas, aos 81 anos, Joe se cansava. Era então que sua idade aparecia em tropeços físicos e verbais,” indica.

Harris declara ainda que a equipe de Biden não desejava que ela obscurecesse seu chefe.

Quando os relatos eram injustos ou imprecisos, o círculo mais próximo do presidente demonstrava apoio a isso. Na verdade, parecia que eles queriam que eu fosse ainda mais prejudicada.

Ela afirmou ter assumido a responsabilidade pela política de fronteira de Biden, que Trump utilizou em sua campanha eleitoral.

Harris sofreu uma derrota expressiva para Trump, que, para ela, representou a campanha presidencial mais breve da história recente dos Estados Unidos, com apenas 107 dias em seu legado.

Fonte por: Carta Capital