Pai classifica decisão da juíza como “vergonhosa”; incidente ocorreu em novembro de 2024.
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) rejeitou o pedido de prisão preventiva dos policiais militares envolvidos na morte do estudante de medicina Marco Aurélio de Acosta Navarro, ocorrida em novembro de 2024. A decisão foi proferida na última terça-feira (21) pela juíza Luciana Menezes Scorza, em resposta a uma manifestação do promotor Estefano Kvastek Kummer, do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP).
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A defesa de Marco Aurélio, representada por seu pai, Júlio César Acosta Navarro, protocolou o pedido de prisão no dia 15 de outubro. Os advogados alegaram contradições nos depoimentos dos réus, que consideraram “absolutas”. Além disso, argumentaram que os policiais Guilherme Augusto Macedo e Bruno Carvalho do Prado apresentam alto grau de periculosidade.
Os advogados também solicitaram o uso de tornozeleira eletrônica e o afastamento imediato dos réus de suas funções. No entanto, o promotor se opôs a esses pedidos, afirmando que o afastamento dos policiais deve ser decidido apenas por seus superiores. Ele também considerou inadequado o monitoramento eletrônico, uma vez que a prisão não seria cabível.
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A juíza acatou os argumentos do MPSP e negou o pedido de prisão, afirmando que não havia fatos novos que justificassem a reclusão dos réus. Ela concordou que o uso da tornozeleira não era válido e que o afastamento dos policiais dependia de seus superiores.
Em entrevista à CNN Brasil, Júlio César Acosta Navarro criticou a decisão da juíza, chamando-a de vergonhosa. Ele expressou indignação ao afirmar que os policiais conseguiram escapar da justiça de maneira inaceitável.
Júlio César também divulgou uma carta de repúdio à decisão, onde expressou sua dor e frustração. Ele destacou a frieza da juíza durante a audiência e questionou a disparidade de tratamento entre casos de crimes, comparando a situação de seu filho com a prisão de mães por furtos durante a pandemia.
Marco Aurélio faleceu em 20 de novembro de 2024, após ser baleado por um policial militar em um hotel na Vila Mariana, zona sul de São Paulo. Segundo o boletim de ocorrência, os policiais foram chamados ao local e relataram que Marco Aurélio estava alterado e resistiu à abordagem, entrando em confronto com a equipe.
Durante a situação, ele teria tentado pegar a arma de um dos policiais, que disparou contra ele. Marco Aurélio foi socorrido e levado ao Hospital Ipiranga, mas não sobreviveu aos ferimentos. O caso foi registrado como homicídio decorrente de intervenção policial, e a arma utilizada no disparo foi apreendida para perícia.
Autor(a):
Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.