As taxas das DIs (Depósitos Interfinanceiros) registraram queda na terça-feira (22), em linha com a redução das rentabilidades dos títulos do Tesouro nos mercados internacionais e com a estabilidade do dólar no Brasil, com os participantes do mercado aguardando informações sobre o conflito comercial entre Estados Unidos e China.
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Em uma sessão de liquidez reduzida, no final da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2027 era de 14,255%, em comparação com 14,312% na sessão anterior. A taxa para janeiro de 2028 registrava 13,57%, em contrapartida com 13,647%.
Os contratos de longo prazo apresentavam uma taxa de 13,71%, em relação a 13,791% na rodada anterior, para janeiro de 2031, e uma taxa de 13,8%, em comparação com 13,88% na rodada anterior, para janeiro de 2033.
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As taxas futuras haviam alcançado valores elevados pela manhã, quando os rendimentos dos títulos do Tesouro apresentavam estabilidade.
A desvalorização dos títulos americanos durante a primeira metade da sessão também afetou as taxas no Brasil, que se tornaram negativas.
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A ação se deu em um dia com dólar estável em relação ao real, próximo da estabilidade, com investidores aguardando notícias sobre as tarifas dos Estados Unidos.
Na terça-feira, informações indicaram que as chances de um acordo comercial temporário entre a Índia e os EUA antes de 1º de agosto reduziram. Já o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, afirmou que utilizará todo o tempo disponível para concluir um acordo com os Estados Unidos.
A ausência de avanços significativos nas negociações foi percebida também no Brasil, em face das dificuldades do governo Lula em negociar com os Estados Unidos.
O principal obstáculo é o pedido do presidente Donald Trump, em troca da tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, da conclusão do processo de julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no STF (Supremo Tribunal Federal) por tentativa de golpe de Estado.
A taxa do DI para janeiro de 2033 – com vencimento influenciado pelos Treasuries – registrou a máxima de 13,93% (+5 pontos-base) às 9h30, na primeira hora de negociações, para depois atingir o mínimo de 13,77% (-11 pontos-base) às 10h13. Em seguida, a taxa variou em pequenas margens até o encerramento.
A trajetória do mercado financeiro brasileiro indicava a manutenção da taxa básica de juros em 15% ao ano até o final deste mês: a projeção nesse sentido era de 98%.
Na segunda-feira (21), a avaliação mais recente apontava para 93,04% de chances de manutenção da Selic, em oposição a 5,05% de probabilidade de um aumento de 25 pontos-base neste mês.
O Ministério do Planejamento e Orçamento comunicou que o governo estima um déficit primário de R$ 26,3 bilhões para o governo central em 2025.
Adicionalmente, foi declarado o requerimento de bloqueio de R$ 10,7 bilhões em despesas para o atendimento do teto de gastos, em relação a uma estimativa anterior de R$ 10,6 bilhões. Já o congelamento foi estabelecido em zero, em contraposição a R$ 20,7 bilhões anteriormente.
No exterior, às 16h40, a taxa do Treasury de dez anos – referência global para decisões de investimento – cedia 3 pontos-base, atingindo 4,338%.
O Brasil ocupa a segunda maior taxa de juros reais do mundo, após o aumento da taxa Selic.
Fonte por: CNN Brasil