Julho das Pretas: somos vivas, em luta e com um projeto para transformar o mundo

Celebramos o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e o Dia Nacional Tereza de Benguela.

25/07/2025 13:53

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Julho das Pretas: somos vivas, em luta e com um projeto para transformar o mundo
(Imagem de reprodução da internet).

As mulheres negras impulsionam este país. Representamos força ancestral, inteligência coletiva, potência criativa e alicerce fundamental da manutenção do Brasil. Em todas as áreas, continuamos a trilhar caminhos, mesmo diante dos desafios decorrentes do racismo, do machismo e das desigualdades sociais.

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Neste 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e Dia Nacional Tereza de Benguela, recordamos os inúmeros desafios históricos e estruturais que as mulheres negras enfrentam e celebramos a luta, a resistência e a liderança das que nos antecederam.

As mulheres negras constituem a camada mais vulnerável da sociedade brasileira e representam a fundação sobre a qual o país se sustenta. Elas enfrentam desigualdades em diversas áreas, como emprego, renda, saúde, mobilidade social, habitação e menor representação política, acrescidas da violência do racismo e do machismo estruturais.

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Realizamos tarefas domésticas e de cuidado, abrangendo tudo e todos, frequentemente sem direitos, sem reconhecimento e sem pausas, em uma escala de trabalho extenuante. A Pesquisa Nacional sobre Trabalho Doméstico e de Cuidados Remunerados, conduzida pelo Instituto de Pesquisa Econômica (Ipea) e o Ministério da Igualdade Racial (MIR), indica que sete de cada dez mulheres que exercem trabalho doméstico e/ou de cuidados remunerados no Brasil são negras.

Em Fortaleza, na Câmara Municipal, foi apresentado o Projeto de Lei que institui a Política Municipal do Cuidado. Um dos objetivos é socializar o trabalho reprodutivo e torná-lo uma responsabilidade não apenas das mulheres, principalmente das mulheres negras, mas também do Estado e da sociedade em geral. O PL também prevê que se possa dar mais dignidade ao trabalho dos cuidadores, sejam eles remunerados ou não.

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O dia 25 de julho é a nossa manifestação: estamos presentes, em resistência e com uma visão para mudar o mundo. Nossas matérias abordam temas como dignidade, respeito, acesso ao trabalho, saúde, educação e bem-estar. Também combatemos diferentes formas de violência, incluindo a violência territorial e policial, o genocídio da juventude negra e o encarceramento em massa da nossa população. Almejamos um projeto de nação que reconheça e valorize nossos conhecimentos e nossas existências.

A data é resistência e também memória. No Brasil, homenageamos Tereza de Benguela, liderança quilombola que é exemplo de força e de organização para milhares de mulheres que sobrevivem à dura realidade e às sequelas da colonização. Neste Julho das Pretas, celebramos também a luta e resistência histórica das mulheres negras, a exemplo de Preta Tia Simoa, Luísa Marinho, Dandara, Lélia Gonzalez, Beatriz Nascimento, Sueli Carneiro, Benedita da Silva, Lúcia Simão, Zelma Madeira, Martira Silva, Raquel Viana, Cícera Barbosa, minhas colegas de parlamento como Adriana Almeida e Adriana Gerônimo, e tantas outras mulheres negras que abriram caminhos e nos inspiram.

Mari Lacerda é vereadora de Fortaleza pelo PT, doutora em Sociologia (UFC) e ativista feminista da Marcha Mundial das Mulheres (MMM).

Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente reflete a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Fonte por: Brasil de Fato

Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.