A juíza federal dos Estados Unidos determinou nesta quinta-feira, 21, a suspensão das obras de construção do centro de detenção para imigrantes, apelidado de “Alcatraz dos Jacarés”, e impediu o encaminhamento de novos detidos para o local.

O centro de detenção está na Flórida e foi impulsionado pelo presidente americano, Donald Trump, e pelo governador Ron DeSantis. A decisão inicial foi proferida pela juíza de Miami, Kathleen Williams, no âmbito de uma ação movida por grupos ambientalistas, que alegam que a instalação está provocando danos à fauna selvagem de Everglades.

A juíza também ordenou a transferência de presos, além da remoção de equipamentos e da infraestrutura de apoio na instalação remota. A decisão determina que geradores, sistema de esgoto, gás e outros resíduos instalados no local devem ser removidos em até 60 dias, juntamente com cercas e iluminação adicional.

Williams alega que o estado da Flórida e o governo federal descumpriram uma lei que previa a avaliação de impacto ambiental na construção de instalações desse tipo. “O projeto acarreta perdas irreparáveis, como a perda de habitat e o aumento da mortalidade de espécies ameaçadas de extinção na região”, declarou.

O governo da Flórida, que está construindo o local em parceria com o governo federal americano, apresentou um recurso contra a decisão.

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A ilha se tornou conhecida como Alcatraz dos Jacarés.

O estabelecimento prisional está localizado a 60 quilômetros de Miami, dentro do Parque Nacional dos Everglades – uma região pantanosa que abriga jacarés, crocodilos e pítons. O apelido “Alcatraz dos Jacarés” é uma referência à famosa prisão que ficava em uma ilha na Califórnia e foi desativada em 1963.

Segundo informações oficiais, o complexo, erguido em um antigo aeroporto de treinamento, possui um custo anual estimado em 450 milhões de dólares (aproximadamente 2,4 bilhões de reais) e pode acomodar 5 mil detentos. A instalação foi aberta em julho e recebeu a visita de Trump na ocasião. A prisão visava servir como modelo para outros centros de detenção.

O presídio foi erguido em apenas oito dias. No interior das amplas tendas brancas do complexo, fileiras de beliscas são cercadas por celas protegidas por grades. Desde a sua abertura, o local é alvo de reclamações sobre condições precárias. Presos informam que passam dias sem contato com a luz do sol ou sem oportunidade de lavar e criticam a ausência de limpeza e atendimento médico. Além disso, alimento estragado seria oferecido no local.

Reuters, Associated Press, Europa Notícias, Agência France-Presse

Fonte por: Carta Capital