Juíza dos EUA determina a deportação de estudante e ativista que apoia a causa palestina

Mahmoud Khalil alega que há uma decisão distinta que o ampara da ordem, temporariamente.

18/09/2025 7:36

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(Imagem de reprodução da internet).

A juíza de imigração dos Estados Unidos, Jamee Comans, determinou a deportação do ativista pró-Palestina Mahmoud Khalil para a Argélia ou a Síria, em razão de alegações de que ele não declarou informações relevantes em seu pedido de green card, conforme documentos judiciais divulgados na quarta-feira (17).

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Os advogados de Khalil declararam que buscarão recursos, porém, ressaltam que ordens judiciais distintas de um tribunal distrital federal continuam em vigor, impedindo que o governo o deporte ou o detenha imediatamente durante o andamento de seu processo judicial federal.

Comans declarou que Khalil “distorceu intencionalmente informações relevantes com a finalidade exclusiva de contornar o procedimento de imigração e diminuir a chance de sua solicitação ser rejeitada”.

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Os advogados de Khalil apresentaram uma contestação à decisão da juíza no seu processo de direitos civis, encaminhando a manifestação a um tribunal federal em Nova Jersey.

Khalil, residente permanente dos EUA de 30 anos, com ascendência palestina e estudante da Universidade de Columbia, foi detido pelas autoridades de imigração americanas por mais de 100 dias no início do ano, durante os esforços do governo Trump para sua deportação.

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Ela, sua esposa que é cidadã americana, estava grávida na época e ele sofreu a perda do bebê durante o período em que estava detido.

Foi libertado em 20 de junho. O juiz Distrital dos EUA, Michael Farbiarz, do Novo Jersey, declarou na ocasião, em relação a Khalil, que aplicar sanções por motivos de imigração civil era inconstitucional.

O governo do presidente Donald Trump reprimiu ativistas pró-Palestina como Khalil, acusando-os de antissemitismo e apoio ao extremismo.

Manifestantes, incluindo alguns grupos judaicos, argumentam que o governo associa incorretamente suas críticas ao ataque de Israel a Gaza e à ocupação de territórios palestinos ao antissemitismo e seu apoio aos direitos palestinos ao incentivar o extremismo.

“Não é surpreendente que o governo Trump continue a me retaliar pelo exercício da liberdade de expressão”, declarou Khalil. “Quando a primeira tentativa de me deportar estava fadada ao fracasso, eles recorreram à fabricação de alegações infundadas e ridículas na tentativa de me silenciar por me manifestar e me posicionar firmemente ao lado da Palestina, exigindo o fim do genocídio em curso.”

Organizações de direitos humanos expressam preocupações quanto à liberdade de expressão e ao devido processo legal em relação às tentativas de deportação e às ameaças de cortes no financiamento federal às universidades onde ocorreram os protestos.

A Universidade Columbia foi palco de protestos no ano passado, que demandavam o término da guerra em Israel e o desinvestimento de universidades em empresas que apoiam o país.

Fonte por: CNN Brasil

Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.