Juíza determina pena para blogueiras que doaram banana e brinquedo de macaco para crianças negras

Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves foram condenadas a 12 anos de prisão e deverão, adicionalmente, pagar uma multa no valor de R$ 20 mil.

19/08/2025 9:24

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(Imagem de reprodução da internet).

As influenciadoras Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves foram condenadas a 12 anos de prisão. A decisão foi tomada nesta segunda-feira, 18, pela juíza Simone de Faria Ferraz, da 1ª Vara Criminal da Comarca de São Gonçalo, em relação à entrega de uma banana e um macaco de pelúcia para duas crianças negras. Cabe recurso.

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A mãe e a filha foram consideradas culpadas pelos crimes de injúria racial. As penas foram ampliadas, conforme a lei, devido à ocorrência simultânea do crime e à sua natureza recreativa.

Além da prisão, Kérollen e Nancy terão que pagar uma multa de 20 mil reais cada e arcar com os custos processuais.

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A magistrada determinou que as influenciadoras podem aguardar a análise dos recursos em liberdade, mantendo as medidas cautelares já impostas pela Justiça anteriormente.

Revisar o ocorrido.

O caso surgiu em maio de 2023, após ser denunciado por uma advogada especialista em direito antidiscriminatório. Os vídeos foram publicados nas redes sociais por Kérollen, dona de um canal no qual posta vídeos com a filha. A dupla, na ocasião, possuía mais de 1 milhão de seguidores no Instagram e 13 milhões no TikTok.

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Nas imagens, Kérollen interage com um menino negro em uma rua, oferecendo 10 reais ou um presente. Ele demonstra entusiasmo, opta pelo presente e, ao ver que se tratava de uma banana, responde: “Só isso?” Em seguida, declara não gostar.

A influenciadora então complementa: “Olhe direito, você gosta”. Ele, contudo, reitera sua insatisfação, ao que ela retribui com a frase: “Mas foi você que escolheu”.

Ela então faz uma pergunta semelhante a uma criança mais nova, que seleciona o “presente”. Ao abrir o pacote, vê que se trata de um macaco de pelúcia, enquanto Nancy ri ao fundo.

A magistrada declarou que “os réus perpetraram os crimes, monetizaram a dor das crianças, que talvez nunca se curem das ofensas” e “fizeram, em íntimo de vontades, sangrar, mais uma vez, açoitando os nascidos da África”.

Ferraz, na decisão, considerou absurda a tese de que as influenciadoras não tinham conhecimento do que seria o racismo recreativo e negou a alegação de que a denunciante do caso é quem causou o horror ao divulgar o vídeo. “Ao afirmarem que nada fizeram, que cabia à disseminadora do ódio, anotou a magistrada.”

Fonte por: Carta Capital

Autor(a):

Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.