JPMorgan projeta desaceleração estagflacionária nos Estados Unidos devido às tarifas

O Produto Interno Bruto dos Estados Unidos deverá registrar um crescimento de 1,3% em 2025, inferior à estimativa inicial de 2%.

25/06/2025 16:57

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JPMorgan projeta desaceleração estagflacionária nos Estados Unidos devido às tarifas
(Imagem de reprodução da internet).

As políticas comerciais dos EUA tendem a desacelerar o crescimento econômico global e reativar a inflação nos Estados Unidos, onde há 40% de chance de recessão no segundo semestre deste ano, afirmaram analistas do JPMorgan nesta quarta-feira (25).

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O crescimento dos Estados Unidos deve ser de 1,3% neste ano, inferior à projeção de 2% divulgada no início de 2025, devido às taxas de juros elevadas consideradas como fatores de impacto negativo para a economia, conforme apontado em uma nota de pesquisa de perspectiva de três meses.

O aumento inflacionário das taxas elevadas foi o que levou a uma revisão da nossa expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto para este ano. Ainda consideramos os riscos de recessão como significativos.

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Estagflação é uma combinação alarmante de crescimento econômico lento e inflação persistente, um fenômeno que afetou os Estados Unidos na década de 1970.

A instituição financeira americana demonstra uma visão negativa em relação ao dólar, considerando o progresso mais lento dos Estados Unidos em comparação com as políticas de estímulo ao crescimento em outros países, o que favorece outras moedas, incluindo aquelas de mercados emergentes.

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A instituição também espera que a parte da demanda por títulos do Tesouro dos EUA por investidores estrangeiros, do Federal Reserve e de bancos comerciais diminua em razão do aumento do tamanho do mercado de dívida norte-americano.

O banco indicou que a compensação necessária aos investidores pelo risco de manter títulos do Tesouro dos EUA, chamada prêmio de prazo, pode elevar-se em 40-50 pontos-base ao longo do tempo, ainda que não preveja aumentos significativos nos rendimentos desses títulos, como os observados no primeiro semestre do ano.

Em abril, os valores dos títulos do Tesouro subiram em decorrência da volatilidade do mercado, motivada pelo anúncio de tarifas comerciais do presidente dos EUA, Donald Trump.

O JPMorgan prevê que os rendimentos dos títulos do Tesouro de dois anos fechem o ano em 3,5% e os dos títulos de 10 anos terminem em 4,35%. Atualmente, eles estão em 3,8% e 4,3%, respectivamente.

Em razão da inflação contínua provocada por tarifas e da solidez da economia, o banco prevê que o Federal Reserve realize uma redução nas taxas de juros de 100 pontos-base entre dezembro e a primavera de 2026 (do final de março ao final de junho) – mais tarde do que a expectativa do mercado de futuros de juros, que até quarta-feira estimavam dois cortes de 25 pontos-base em 2026.

Uma recessão ou uma desaceleração econômica mais intensa do que o esperado acionaria um ciclo de cortes mais drásticos, afirmaram os analistas do JPMorgan.

Contudo, o banco manteve uma perspectiva positiva em relação às ações dos EUA, considerando a persistência da economia e do consumidor, mesmo com a incerteza política.

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Fonte por: CNN Brasil

Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.