Jovens e mulheres impulsionam crescimento de evangélicos

Os evangélicos constituem o grupo religioso com maior crescimento populacional no Brasil entre 2010 e 2022. Isso é demonstrado nos dados do Censo Demográfico 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Eles representavam 21,6% da população, elevando-se para 26,9% dos brasileiros.

07/06/2025 15:35

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Jovens e mulheres impulsionam crescimento de evangélicos
(Imagem de reprodução da internet).

Os evangélicos constituem o grupo religioso com maior crescimento entre 2010 e 2022 na população brasileira. Isso é o que aponta o Censo Demográfico 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo os dados, eles representavam 21,6% dos que são 26,9% dos brasileiros. O censo incluiu apenas pessoas a partir dos 10 anos de idade. O levantamento aponta que há uma predominância de jovens e mulheres entre os evangélicos e na faixa entre 10 a 14 anos, 31,6% se declararam evangélicos, em 2022.

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A professora Christina Vital, do Programa de Pós-Graduação e Sociologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), é especialista no tema e afirma que essa faixa etária tem sido bastante atraída para a religião por uma série de estratégias. Ela explica que há uma adaptação muito forte das liturgias evangélicas e os cultos vão se aproximando do interesse juvenil, seja por meio da estética ou a partir das teologias e oferta de mecanismos de direcionamento de perspectiva de vida. Christina reforça que os jovens são um grupo crítico ao Estado e as igrejas evangélicas oferecem um caminho, uma expectativa, mesmo que seja apostando no mérito, como forma de alcançar objetivos na atual sociedade.

O levantamento do IBGE ainda evidenciou o atual percentual de mulheres religiosas entre as brasileiras. Apesar de inferior ao número de mulheres católicas (51%), a proporção de mulheres entre o total de fiéis também é elevada, 55,4%, superior ao percentual da participação feminina na população, que é de 51,8% de todos os brasileiros. No espiritismo, elas atingiram 60,6%.

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Para Christina Vital, as mulheres tendem a se identificar mais com o universo religioso. “Pela questão da formação da comunidade, pela questão da formação de redes de proteção e também pela relação com os níveis de escolaridade”, explicou. Já entre os classificados como sem religião, agnósticos e ateus, há um número maior de homens.

Catolicismo continua com grande relevância.

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Apesar do crescimento do número de evangélicos no Brasil, essa expansão não atingiu as projeções. “As estimativas indicavam que teríamos um país de 40% de evangélicos e isso não ocorreu”, afirmou a professora Christina Vital. O Brasil permanece um país católico, representando 56,7% da população. A diminuição da proporção de católicos entre os brasileiros é observada desde o início dessas pesquisas, iniciadas em 1972. Em 2010, a pesquisa mais recente apontou que eles eram 65% da população. Atualmente, a maior parte desse grupo tem mais de 50 anos de idade, o que sugere uma baixa renovação.

No Nordeste e no Sul, a população católica é majoritária, representando 63,9% e 62,4%, respectivamente. Já no Norte, predominam os evangélicos, com 36,8%. “O catolicismo no Nordeste possui uma forte presença, o movimento pentecostal tem origem no Norte, que reúne os estados com maior população evangélica. O Nordeste, em razão da história de ocupação e da relação de grandes famílias tradicionais, sempre teve uma ligação com o catolicismo”, explicou Vital.

Outro grupo em expansão são os religiosos de matriz africana, como umbandistas e candomblé, além de indivíduos que relataram outras religiões, incluindo judaísmo, budismo, tradições esotéricas ou diversas religiões, que ascenderam de 2,7% em 2010 para 4% em 2022. Os espíritas têm diminuído sua presença no cenário religioso brasileiro, representando 1,8% da população religiosa. Em 2010, eram 2,2% da população religiosa.

Fonte por: Tribuna do Norte

Autor(a):

Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.