Jovem trans brasileira, Bianca Ferreira, falece após trágico acidente na Romênia. Desaparecida há 15 dias, vítima fatal confirmada em Bucareste. Leia!
A brasileira Bianca Ferreira da Rocha Pimenta, desaparecida há mais de 15 dias, faleceu após um trágico acidente na Romênia. A polícia de Bucareste confirmou que Bianca faleceu no dia 2 de dezembro, por volta das 3h30 da manhã, em decorrência dos ferimentos sofridos em um acidente de via.
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O ocorrido aconteceu em uma rodovia que liga a capital romena à cidade de Ploiesti.
Bianca, que residia na Europa há cinco anos, estava em uma jornada para retornar a Portugal, com o objetivo de construir uma nova vida em Lisboa. Ela havia partido de Goiânia (GO) com essa ambição, mas a situação se complicou. Segundo relatos da sua tia, Ana Paula Ferreira, Bianca havia expressado preocupação com a situação em Portugal, o que a levou a se mudar para Bucareste em 23 de novembro, influenciada por sugestões de uma amiga.
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A adaptação ao novo país não funcionou como esperado. Apenas seis dias após chegar, em 29 de novembro, Bianca tomou a decisão de retornar a Portugal, devido à dificuldade em se adaptar à Romênia. O último contato registrado foi através de uma videochamada com a tia, enquanto ela aguardava um táxi para iniciar sua viagem de volta.
Bianca era uma mulher trans, o que intensificava a preocupação da família em relação à sua segurança e bem-estar na Romênia. A situação é agravada pelo fato de o país ser frequentemente apontado por organizações internacionais como um dos locais mais hostis para a população LGBTQ+ dentro da União Europeia.
“Fiquei sabendo que a Romênia não é um país que acolhe bem a comunidade LGBT”, relatou Ana Paula Ferreira, tia de Bianca. Dados do ranking Rainbow Map da Ilga-Europe confirmam essa percepção, posicionando a Romênia em uma das piores posições do bloco econômico em relação à garantia de direitos e segurança para a população LGBTQ+.
Atualmente, amigos de Bianca em Portugal e familiares no Brasil estão buscando informações e recursos para facilitar o traslado do corpo para o Brasil. Até o momento, o Itamaraty ainda não se manifestou oficialmente sobre o suporte que será oferecido à família para os procedimentos burocráticos e o retorno do corpo ao país.
Autor(a):
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.