Jovem Absolvida Após 6 Anos na Prisão Morre por Complicações do Câncer

A morte de Damaris Vitória Kremer da Rosa, de 26 anos, causou comoção em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. A jovem, que passou seis anos presa injustamente, faleceu apenas dois meses após ser considerada inocente das acusações de homicídio.

O diagnóstico de câncer no colo do útero, contraído durante o período de encarceramento, foi determinante para o seu trágico fim.

Damaris foi detida preventivamente em agosto de 2019, acusada de envolvimento na morte de Daniel Gomes Soveral, ocorrida em Salto do Jacuí, Rio Grande do Sul, em 2018. A acusação alegava que ela teria participado do crime, utilizando seu relacionamento com a vítima para atraí-la ao local.

A defesa de Damaris sempre sustentou que ela apenas relatou ao namorado ter sido vítima de estupro por Daniel, e que ele, movido por vingança, teria cometido o homicídio sem o conhecimento da jovem. A defesa apresentou evidências que sustentavam sua inocência.

Durante os anos de prisão, Damaris apresentou sintomas de saúde preocupantes, incluindo sangramentos e fortes dores, mas seus pedidos de liberdade foram negados. O Ministério Público argumentava que não havia evidências suficientes para justificar a consideração de sua condição de saúde como motivo para a concessão de liberdade.

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Apenas em março de 2025, após o agravamento do quadro de saúde, a Justiça converteu sua prisão em domiciliar, permitindo o uso de tornozeleira eletrônica. A advogada Rebeca Canabarro relatou que diversas petições solicitando tratamento médico para Damaris foram ignoradas.

Em agosto de 2025, um júri popular absolveu Damaris, reconhecendo a falta de provas que a incriminassem. Contudo, apenas 74 dias depois, ela faleceu em decorrência do câncer diagnosticado durante o período de prisão.

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul informou que a conversão da prisão em domiciliar ocorreu devido ao diagnóstico de neoplasia maligna do colo do útero.