Josué Gomes defende privatização dos Correios; Paulo Skaf retorna à Fiesp. Crise nos Correios causa preocupação e pode levar a cortes.
Em uma recente quarta-feira, 10 de dezembro de 2025, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, defendeu abertamente a privatização de empresas estatais, com foco especial na venda dos Correios.
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O empresário, que também é filho do ex-presidente José Alencar, argumentou que muitas empresas estatais não justificam a manutenção do Estado como proprietária. Essa declaração ocorreu em seu último evento público como líder da Fiesp, marcando o fim de um ciclo e a preparação para uma nova gestão.
Em janeiro de 2026, Josué Gomes da Silva deixará o cargo, abrindo caminho para o retorno de Paulo Skaf, que retomará a presidência da Fiesp após um período de afastamento de quatro anos. Skaf já liderou a federação entre os anos de 2004 e 2021, um período marcado por sua atuação na defesa do setor industrial e por sua postura em relação a questões como a reoneração das empresas e o impeachment da então presidente Dilma Rousseff.
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A situação financeira dos Correios é motivo de grande preocupação. Os prejuízos acumulados atingem um valor quase três vezes maior do que o registrado no mesmo período de 2024, e mais do que o dobro do rombo do ano anterior. As receitas da empresa caíram 12,7% ao longo do ano, enquanto as despesas gerais e administrativas subiram 53,5%, em grande parte devido a decisões judiciais trabalhistas desfavoráveis.
O governo projeta um déficit primário de R$ 5,8 bilhões para a estatal em 2025.
O secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, classificou o resultado como “muito ruim”, ressaltando que a crise dos Correios pressiona as contas públicas e pode levar a cortes orçamentários em 2026. Apesar da situação, o governo federal já aprovou um plano de reestruturação financeira para a empresa, que inclui empréstimos de bancos.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, descartou a privatização dos Correios, mas defende a implementação do plano de reestruturação sem a necessidade de aportes adicionais do Tesouro.
A mudança na liderança da Fiesp, com o retorno de Paulo Skaf, e a complexa situação dos Correios representam desafios para o futuro da economia brasileira. A trajetória da empresa e a postura da federação industrial serão cruciais para determinar o cenário econômico nos próximos anos.
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Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.