Após a morte do jornalista correspondente da Al Jazeera, Anas Al-Sharif, surgiu uma publicação na sua conta da rede social X, que foi descrita como seu “testamento e mensagem final”.

“Ele afirmava que essas palavras chegaram até ele, sabendo que Israel o conseguiu matar e silenciar sua voz”.

Esta é a minha vontade e a minha mensagem final. Se estas palavras te alcançarem, saiba que Israel me matou e silenciou a minha voz. Primeiramente, que a paz esteja convosco e que Allah conceda a vós a sua misericórdia e bênçãos.

Deus sabe que dediquei todo o meu esforço e toda a minha força para ser um apoio e uma voz para…

€” أنس الشريف Anas Al-Sharif (@AnasAlSharif0) August 10, 2025

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A publicação sustentava que ele “viveu a dor em todos os seus detalhes, experimentou o sofrimento e a perda muitas vezes”, mas “nunca hesitou em transmitir a verdade como ela é, sem distorção ou falsificação”.

Ele a definiu como “a joia da coroa do mundo muçulmano” e “o coração de cada pessoa livre neste mundo”, abordando “crianças injustiçadas e inocentes que nunca tiveram tempo para sonhar ou viver em segurança e paz”.

Não se esqueça de Gaza, finalize a mensagem. E não se esqueça de mim em suas sinceras orações por perdão e aceitação.

Sua morte se seguiu à declaração do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), no mês passado, de que estava “profundamente preocupado” com a segurança de Al-Sharif.

A organização declarou que 186 jornalistas foram assassinados desde o início do conflito, há quase dois anos.

Compreenda o conflito na Faixa de Gaza

A guerra na Faixa de Gaza iniciou-se em 7 de outubro de 2023, em decorrência do lançamento de um ataque terrorista do Hamas contra Israel.

Mil e duzentos indivíduos do grupo extremista foram mortos e 251 reféns foram levados à força naquele dia.

As tropas israelenses lançaram uma grande operação, com ataques aéreos e terrestres, buscando resgatar os reféns e neutralizar o comando do Hamas.

Os confrontos ocasionaram a destruição do território palestino e o deslocamento de aproximadamente 1,9 milhão de pessoas, o que representa mais de 80% da população total da Faixa de Gaza, conforme dados da UNRWA (Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos).

Desde o início do conflito, pelo menos 61 mil palestinos foram mortos, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza. O ministério, controlado pelo Hamas, não diferencia entre civis e combatentes na contagem, mas relata que mais de metade dos falecidos são mulheres e crianças. Israel alega que pelo menos 20 mil são combatentes do grupo extremista.

Parte dos reféns foi recuperada por intermédio de dois acordos de cessar-fogo, e uma minoria foi recuperada por meio das ações militares.

Estima-se que aproximadamente 50 reféns ainda se encontrem em Gaza, com cerca de 20 deles vivos.

Com o conflito em curso, a crise humanitária piora continuamente no território palestino. A ONU relata que mais de mil pessoas perderam a vida ao tentar obter alimentos, desde maio, quando Israel alterou o sistema de distribuição de suprimentos na Faixa de Gaza.

Diariamente, surgem relatos de mortes por inanição devido à falta de assistência na Faixa de Gaza.

Israel alega que a guerra cessará quando o Hamas se rendera, enquanto o grupo extremista exige avanços nas condições em Gaza para que o diálogo seja retomado.

Fonte por: CNN Brasil