Jane Goodall, primatóloga, falece aos 91 anos após pioneirismo no estudo de primatas
Doutora Jane Goodall continua pioneira no estudo da ligação entre humanos e primatas, após anos dedicados ao comportamento dos chimpanzés.
Jane Goodall, Pioneira da Primatologia, Falece aos 91 Anos
A renomada primatologista Jane Goodall, figura central no entendimento do comportamento animal e ativista ambiental, faleceu nesta quarta-feira, 1, na Califórnia, aos 91 anos. A notícia foi confirmada pelas redes sociais do Instituto Jane Goodall, que informou que sua morte foi causada por causas naturais. Goodall estava em uma viagem pelos Estados Unidos para realizar palestras sobre a importância da conservação de espécies e a restauração ambiental.
A Inovadora Pesquisa em Gombe Stream
Nascida no Reino Unido em 1934, Jane Goodall revolucionou o estudo dos animais ao explorar a Reserva Ambiental de Gombe Stream, na Tanzânia, com o objetivo de observar o comportamento dos chimpanzés selvagens. Sua pesquisa pioneira abriu novos caminhos para a ciência e para a compreensão da vida selvagem africana. Em 1986, Goodall declarou à BBC que desde a infância, demonstrava interesse pela atividade de insetos, e essa paixão pela biologia se desenvolveu ao longo dos anos.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Descobertas Revolucionárias em Gombe
Durante sua estadia de três meses em Gombe Stream, Goodall experimentou diferentes abordagens para se aproximar dos chimpanzés, o que lhe permitiu fazer descobertas inéditas. Uma das mais significativas foi a comprovação de que os chimpanzés são onívoros, e não vegetarianos, desafiando as concepções da época. Além disso, ela observou os hábitos de comunicação durante a caça e o comportamento de acasalamento dos primatas.
Leia também:

Cubo Itaú lança programa inovador para acelerar startups de descarbonização industrial

Irã: Solo pode afundar 4 metros em 10 anos, alerta estudo

Oceanos em crise: Ondas de calor e espécies invasoras alertam para riscos no mar
A Utilização de Ferramentas pelos Primatas
A maior das descobertas de Goodall foi a observação da utilização de ferramentas pelos primatas, como o uso de galhos para caçar e pedras para intimidar. Essa característica, antes considerada exclusiva aos seres humanos, demonstrou a inteligência e a capacidade de adaptação dos primatas. “Depois dos humanos, os chimpanzés usam mais objetivos diferentes, como ferramentas, do que qualquer outra espécie”, afirmou Goodall.
Impacto na Compreensão da Relação Humano-Animal
O trabalho de Goodall contribuiu significativamente para a compreensão da relação entre os seres humanos e o restante do reino animal, bem como para o conceito de ancestral comum entre o Homo Sapiens e os primatas. A ciência confirmou que os chimpanzés compartilham 98,9% do DNA dos humanos, evidenciando a proximidade evolutiva entre as espécies. Goodall utilizou sua voz e visibilidade para defender a conservação do meio ambiente e da biodiversidade, especialmente a proteção dos primatas, e alertou sobre os impactos das mudanças climáticas.
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.