Jamie Dimon, do JPMorgan, alerta sobre bolha de IA em Wall Street e preços inflacionados

Jamie Dimon alerta que o frenesi e otimismo em torno da IA podem estar inflacionando os preços das ações além de seus valores reais.

12/10/2025 4:34

4 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Preocupações com a Bolha da Inteligência Artificial

O entusiasmo em torno da inteligência artificial (IA) levou os mercados a alcançarem níveis recordes neste ano. Contudo, essa ascensão acentuada gerou inquietações sobre a possibilidade de uma bolha. Desde o lançamento do ChatGPT pela OpenAI em 2022, a IA se tornou o tema central nos mercados financeiros.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O otimismo dos investidores em relação ao potencial transformador da tecnologia resultou em um fluxo significativo de capital para ações de tecnologia, elevando as avaliações a patamares historicamente altos. Para analistas e economistas, esses sinais podem indicar que o mercado está em uma bolha, onde os preços das ações são inflacionados além de seu valor real, levando a uma correção brusca.

Declarações de Especialistas

Kristalina Georgieva, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, destacou que a alta dos preços das ações é impulsionada pelo otimismo em relação à produtividade da IA. Ela comparou as avaliações atuais com as do auge da internet, há 25 anos, alertando que uma correção poderia impactar negativamente o crescimento global.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase, também expressou sua preocupação, afirmando que, embora a IA seja uma realidade, parte do investimento atual pode ser desperdiçada. Ele acredita que há uma probabilidade maior de uma queda significativa nas ações nos próximos meses a dois anos.

Nervosismo no Setor de Tecnologia

Grandes empresas como Meta, Microsoft e Amazon investiram bilhões em infraestrutura para desenvolver a IA, mas surgem dúvidas sobre a sustentabilidade desse crescimento. As preocupações aumentaram com o anúncio de acordos de financiamento circular por empresas de IA, levantando suspeitas sobre a manipulação do mercado.

Leia também:

Estratégistas do Goldman Sachs observaram que, embora ainda não estejamos em uma bolha, a alta concentração de mercado e a competição no setor de IA indicam a necessidade de diversificação por parte dos investidores.

Comparações com a Bolha das “Ponto-Com”

A demanda por tudo relacionado à IA permanece alta, como evidenciado pelo recente acordo da OpenAI com a AMD, que fez as ações da empresa dispararem. Apesar das comparações com a bolha das “ponto-com”, investidores destacam que as grandes empresas de tecnologia são lucrativas e apresentam resultados sólidos.

Eric Freedman, do US Bank Asset Management, ressaltou que, ao contrário da bolha dos anos 1990, os lucros das empresas de grande capitalização estão sustentando a alta atual. Mike Mullaney, da Boston Partners, afirmou que o mercado está em território de “bolha leve”, mas o sentimento dos investidores ainda não atingiu níveis de exuberância.

Influência da IA no S&P 500

As empresas de tecnologia estão se tornando cada vez mais influentes no S&P 500, que é ponderado pelo valor de mercado. O crescimento acelerado das ações de tecnologia pode beneficiar investidores individuais, mas também os torna vulneráveis a uma possível queda prolongada.

Sete ações — Alphabet, Amazon, Apple, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla — foram responsáveis por 55% dos ganhos do S&P 500 desde o final de 2022. O Banco da Inglaterra alertou que o risco de uma queda acentuada no mercado aumentou, citando avaliações esticadas, especialmente entre empresas de IA.

Reflexões sobre o Futuro do Mercado

Em 1996, Alan Greenspan questionou se uma “exuberância irracional” estava se formando nos mercados financeiros. Embora tenha alertado sobre um possível superaquecimento, o pico da bolha das ponto-com ocorreu quatro anos depois. Jerome Powell, atual presidente do Federal Reserve, também comentou sobre as ações “bastante valorizadas”, fazendo comparações com os avisos de seu antecessor.

Ed Yardeni, da Yardeni Research, levantou a questão se o mercado está retornando a uma exuberância semelhante à da bolha tecnológica de 1999. Apesar das incertezas, ele acredita que o S&P 500 pode alcançar novas máximas, com uma meta de 7.700 até o final do próximo ano.

Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.