Aneel aprova tarifa de US$ 17,66/kW/mês para energia de Itaipu em 2026. Itaipu garante aporte de US$ 285 milhões para evitar aumento nas distribuidoras brasileiras
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, na terça-feira, 9 de dezembro de 2025, a tarifa de repasse de energia para o ano de 2026. O valor fixado é de US$ 17,66 por kW/mês, mantendo-se igual ao aplicado em 2024. Essa tarifa é paga pelas distribuidoras que compõem a Aneel pela energia comercializada pela Axia.
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O cálculo da tarifa é composto por quatro elementos principais. O primeiro é o Custe Unitário dos Serviços de Eletricidade (Cuse), que representa o custo real da geração de energia na usina. Além disso, a tarifa inclui o custo da energia cedida ao Paraguai, que corresponde à remuneração devida pelo Brasil pela utilização de parte da produção compartilhada na usina de Itaipu.
Também fazem parte da conta o saldo da Conta de Comercialização de Itaipu, que ajusta eventuais déficits ou superávits acumulados.
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Um componente adicional, o fator de reajuste, que antes era utilizado para amortizar dívidas históricas da usina, deixou de ter impacto após a quitação dos financiamentos da construção de Itaipu. A Aneel informou que a diferença de US$ 2,57/kW.mês será coberta pela própria Itaipu, que aprovou um aporte de US$ 285 milhões para 2026, evitando um aumento imediato na tarifa final para as distribuidoras brasileiras.
Considerando que a tarifa é homologada em dólar, a variação cambial pode influenciar o custo final em reais para as distribuidoras. Se o dólar se valorizar em relação ao valor considerado pela Aneel no cálculo tarifário, o custo final em reais também aumenta, e vice-versa.
A ENBPar informou que a potência contratada pelas distribuidoras para 2026 será de 111.216 MW, um valor inferior aos 114.348 MW contratados para 2025. A potência contratada determina o volume de energia assegurado às distribuidoras, impactando o valor total a ser pago pelo uso da energia de Itaipu.
A Usina de Itaipu, com 14 mil MW de potência instalada e 20 unidades geradoras, respondeu por 7% da demanda de energia do Brasil e 78% do consumo do Paraguai. A usina é resultado de um tratado firmado entre Brasil e Paraguai em 1973 para a utilização conjunta do potencial hidrelétrico do rio Paraná.
Autor(a):
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.