Israel restringe o acesso a Gaza e causa fome generalizada: 100 organizações exigem medidas urgentes

Centenas de organizações de direitos humanos e assistência humanitária divulgaram nesta quarta-feira (22) um pedido urgente para que governos intervenham diante do aumento da fome na Faixa de Gaza. A declaração reivindica a interrupção imediata das restrições impostas por Israel ao envio de ajuda e defende um fim permanente à situação de conflito.

Assinado por 111 entidades, incluindo Médicos Sem Fronteiras, Conselho Norueguês para Refugiados e Refugees International, o documento denuncia que a população vive uma situação de “fome em massa”, enquanto toneladas de alimentos, água e medicamentos permanecem retidas nas fronteiras, sem possibilidade de distribuição.

Nossos colegas e aqueles a quem servimos estão morrendo lentamente. Enquanto o cerco do governo israelense mata de fome a população de Gaza, os trabalhadores humanitários agora se juntam às mesmas filas de alimentos, correndo o risco de serem baleados apenas por tentarem alimentar suas famílias.

Leia também:

Canadá critica governo israelense por considerar situação em Gaza como “desastre humanitário”

Bombardeios israelenses ceifaram a vida de 89 palestinos em um período de 24 horas, de acordo com informações oficiais

A França informará que reconhece o Estado da Palestina em setembro

As organizações solicitam que sejam suspensos todos os bloqueios burocráticos e militares, que todas as travessias terrestres sejam abertas e que o fluxo de ajuda seja retomado sob a coordenação das Nações Unidas. O comunicado ainda exige medidas concretas para romper o cerco, incluindo a interrupção de transferências de armas para Israel.

A crise humanitária é intensificada pelos ataques das forças israelenses, que já ceifaram mais de 59 mil vidas palestinas desde outubro de 2023, conforme dados do Ministério da Saúde local. Israel rejeita qualquer envolvimento na escassez de alimentos e mantém restrições rigorosas sobre o acesso ao território.

Relatos apontam que mais de 800 indivíduos faleceram recentemente ao tentar obter alimentos, em decorrência de tiroteios próximos a centros de distribuição gerenciados pela Fundação Humanitária de Gaza (FHG), que conta com apoio dos Estados Unidos e é criticada pela ONU devido à sua falta de neutralidade.

Fonte por: Brasil de Fato