Israel reconhece que palestinos sofreram ferimentos em zonas de ajuda humanitária

O Exército declarou que militares receberam novas instruções após o que eles descreveram como “lições aprendidas”.

30/06/2025 16:48

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Israel reconhece que palestinos sofreram ferimentos em zonas de ajuda humanitária
(Imagem de reprodução da internet).

A Organização das Nações Unidas afirma que a distribuição de ajuda humanitária é insegura.

O Exército de Israel reconheceu nesta segunda-feira (30) que civis palestinos foram feridos em centros de distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, afirmando que as forças israelenses receberam novas instruções após o que chamaram de “lições aprendidas”.

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Desde que Israel suspendeu o bloqueio de ajuda humanitária a Gaza em 19 de maio, autorizando a retomada de entregas limitadas da ONU, as Nações Unidas afirmam que mais de 400 palestinos foram mortos enquanto procuravam assistência.

Após incidentes envolvendo civis que chegaram aos centros de distribuição, exames detalhados foram realizados no Comando Sul e orientações foram emitidas às tropas em operação, com base nas lições aprendidas, informou o porta-voz militar israelense em um comunicado.

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O comunicado declarou que os casos em que civis de Gaza foram feridos estavam em revisão.

Na sexta-feira, o jornal Haaretz informou que o procurador-geral militar de Israel havia ordenado uma investigação sobre possíveis crimes de guerra, em razão das alegações de que as forças israelenses dispararam intencionalmente contra civis palestinos próximos a pontos de distribuição.

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Uma reportagem do Times of Israel nesta segunda-feira afirmou que os bombardeios de artilharia, que visavam impedir que palestinos se aproximassem de áreas próximas aos centros de distribuição, foram imprecisos em pelo menos três casos, causando de 30 a 40 vítimas, incluindo várias mortes.

O porta-voz militar não fez comentários sobre essa reportagem.

Israel tem afirmado que suas forças atuam nas proximidades dos centros de distribuição de ajuda humanitária para evitar que os suprimentos cheguem ao Hamas.

Um alto funcionário da ONU destacou no domingo (29) que a maioria das pessoas que falecem ao tentar chegar aos pontos de distribuição de ajuda humanitária da Fundação Humanitária de Gaza, apoiada pelos Estados Unidos.

A GHF iniciou a distribuição de alimentos no território palestino no final de maio, supervisionando um novo modelo de entregas que, segundo as Nações Unidas, não é imparcial nem neutro.

Diversos residentes de Gaza relatam que precisam caminhar por horas para alcançar os pontos de distribuição, o que implica iniciar a jornada antes do amanhecer para tentar obter alimentos.

A Organização das Nações Unidas afirma que a distribuição de ajuda humanitária é insegura.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou na semana passada que a operação de ajuda humanitária apoiada pelos EUA em Gaza é “inerentemente insegura”, acrescentando: “Está matando pessoas”.

Israel e os Estados Unidos desejam que a ONU utilize o GHF, mas a ONU se opôs, questionando sua imparcialidade e acusando o mecanismo de transformar a ajuda em militar e obrigar o deslocamento de pessoas.

“Qualquer ação que direcione civis desesperados para áreas militarizadas é inerentemente insegura. Isso está causando a morte de pessoas”, afirmou Guterres aos repórteres.

Ao responder ao secretário na sexta-feira, o Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que seus militares nunca têm civis como alvos e acusou a ONU de “fazer tudo o que pode” para se opor à operação de ajuda do GHF.

Com essa ação, a ONU está se alinhando com o Hamas, que também está tentando sabotar as operações humanitárias do GHF, publicou a pasta no X.

Um porta-voz da GHF afirmou que não houve mortes em ou próximas aos locais de distribuição de ajuda da organização.

Adicionalmente, Israel e os Estados Unidos acusaram o Hamas de desviar assistência das operações conduzidas pela ONU, alegação negada pelos combatentes palestinos.

O Exército de Israel informou na segunda-feira que tomou medidas para proteger os centros de distribuição de ajuda com cercas, placas de sinalização e advertência, além da adição de mais rotas de acesso com barreiras e postos de controle para regular a circulação de veículos.

Ele também declarou que transferiu um centro de distribuição para diminuir o atrito com a população e garantir a segurança das tropas em terra.

Fonte por: CNN Brasil

Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.